“Ombudsman” (ou Provedor dos “Media”) figura em vias de extinção
No Brasil, o ombudsman de imprensa tinha como missão: ouvir o leitor e criticar não só o seu jornal, mas igualmente os media em geral. Já nos Estados Unidos a função era menos crítica.
O provedor teve o seu apogeu durante os anos 90, numa fase de reforço da democracia no Brasil e no mundo, marcada pelo fim da Guerra Fria e pela queda do Muro de Berlim.
O primeiro jornal português generalista a criar o cargo foi o Diário de Notícias, em 1997, que foi assegurado pelo actual vice-presidente da ERC, Mário Mesquita. Anteriormente, já o desportivo Record tinha criado a mesma figura, em 1992, confiada a David Borges.
Apesar do boom inicial, a partir dos anos 2000 já se observava uma quebra acentuada de provedorias. Não é possível proceder a uma análise precisa dos números, uma vez que a Organization of News Ombudsmen and Standards Editors tem a informação desactualizada.
No Brasil, apenas os jornais Folha de S.Paulo e O Povo, no Ceará, mantêm o cargo de ombudsman.
A autora refere que o jornalismo “é um negócio que presta serviço público” e esta ambivalência pode ser uma das razões que levou à extinção do cargo.
Há que considerar, contudo, que a existência de um ombudsman pode ser uma forma de garantir a transparência e a responsabilidade das empresas de comunicação, promovendo a sua credibilidade.
Mais informação em Observatório da Imprensa do Brasil.