O partido Podemos ameaça e amedronta jornalistas espanhóis

Segundo o comunicado da APM, os jornalistas queixosos apresentaram “testemunhos e provas documentais”, desenvolvendo-se este assédio desde há mais de um ano, com ataques a jornalistas, acusações e alusões pessoais em entrevistas e actos públicos, ou directamente pelo Twitter.
“Estas pressões também se realizam de forma pessoal e privada, com mensagens e chamadas intimidatórias.”
“Esta campanha inaceitável, que está a criar um estado de medo entre os jornalistas, tem o fim de persuadi-los de que lhes convém escrever segundo o ditado do Podemos, além de procurar levá-los à auto-censura.”
Segundo El País, o comunicado “contundente e sem precedentes” da APM contra o Podemos surge depois de “uma dezena de jornalistas que cobrem a informação sobre o partido lhe terem pedido apoio, perante o assédio e as pressões” que afirmam sofrer “quando escrevem informações críticas para o Podemos”.
A noticia do El País cita ainda como um dos episódios públicos de denúncia de jornalistas a campanha que o Podemos lançou nas redes sociais, em Novembro de 2016, com o tema da “máquina de lama”, contra a PRISA (que detém o El País), e na qual tomaram parte os principais dirigentes do partido e centenas dos seus seguidores, que “replicaram as mensagens contra o meio e a jornalista que assinava a notícia” visada.
Pablo Echenique, secretário do Podemos, manifestou estranheza perante o protesto contra o seu partido, “tendo em conta que a Espanha é ‘o país da ley mordaza’ , em que 75% dos jornalistas, segundo a própria associação, reconhecem receber pressões, não por parte dos partidos, mas sim dos proprietários dos meios”. (...) E Juan Carlos Monedero, co-fundador do Podemos, criticou como “muito infeliz” a actuação da APM.
Por seu lado, a Presidente da APM, Victoria Prego, convocou o referido partido para uma próxima reunião sobre este assunto.
O comunicado da APM e a notícia de El País, do qual recolhemos a imagem utilizada