O papel do jornalista num mundo cada vez mais digital
É cada vez maior o número de utilizadores com acesso às redes sociais e ao “jornalismo cidadão”, tomando assim conhecimento de vários acontecimentos mundiais. Alessandra Galloni, directora da Agência Reuters, realça a diversidade e o volume de vozes que vão surgindo no meio digital, conforme citam os Cuadernos de Periodismo, editados pela APM.
Nesse sentido, importa reflectir sobre o papel dos meios de comunicação nesta “guerra TikTok” (Guerra da Ucrânia), já que mais informação e melhor acesso não são sinónimos de melhor informação.
Isto porque, “a digitalização da informação facilitou a obtenção de notícias do outro lado do planeta, mas também tornou mais fácil o acesso a realidades não verificáveis e distorcidas”, sublinhou. Por isso, torna-se essencial o papel do jornalismo, ao analisar informações transmitidas, quer por cidadãos comuns, quer pelos próprios políticos.
Galloni dá vários exemplos, e relembra a importância do jornalismo objectivo e independente, já que as informações erradas são, muitas vezes, difíceis de corrigir.
Mais do que transmitir informação, é importante procurá-la, mesmo que, para isso, seja preciso sair à rua para procurar outras fontes que possam responder às nossas questões, afirma. Além disso, não “vale tudo” para dar a notícia em primeiro lugar. É preciso que a informação seja verificada, com neutralidade, e corrigir os erros que possam ser cometidos.
Setembro 22
Alessandra Galloni relembra a cobertura feita da COVID-19, com a existência de informação abundante e, do lado oposto, governos preocupados em desvalorizar a informação. Em alguns casos, os jornalistas foram criticados e obrigados a fechar departamentos, como no Iraque, por partilharem informações da pandemia de certos países.
Nesse contexto, a directora da Reuters fala numa “época perigosa para os jornalistas”. A violência, as restrições, as mortes e todos os obstáculos ao trabalho dos jornalistas tem vindo a fazer parte do dia-a-dia dos profissionais. Tem sido criada, por parte de alguns governantes, uma desconfiança em relação ao trabalho da imprensa.
Apesar de todos os obstáculos, um estudo realizado pelo Instituto Reuters, demonstra que a confiança nas notícias aumentou durante a pandemia, com 44% dos inquiridos satisfeitos com a informação recebida.
Esta confiança deve-se, segundo refere Galloni, à importância que as informações transmitidas pelos “media” tiveram na vida das pessoas, que tomaram decisões com base no que ouviam.
Foi, também, durante a pandemia que os média recorreram mais à opinião de especialistas e, talvez, tenha sido uma das razões para o melhorar a confiança. A directora da Reuters distinguiu, ainda, a importância de os jornalistas saberem escolher os seus interlocutores, de forma a manter a credibilidade junto do público.
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