Alessandra Galloni relembra a cobertura feita da COVID-19, com a existência de informação abundante e, do lado oposto, governos preocupados em desvalorizar a informação. Em alguns casos, os jornalistas foram criticados e obrigados a fechar departamentos, como no Iraque, por partilharem informações da pandemia de certos países. Nesse contexto, a directora da Reuters fala numa “época perigosa para os jornalistas”. A violência, as restrições, as mortes e todos os obstáculos ao trabalho dos jornalistas tem vindo a fazer parte do dia-a-dia dos profissionais. Tem sido criada, por parte de alguns governantes, uma desconfiança em relação ao trabalho da imprensa. Apesar de todos os obstáculos, um estudo realizado pelo Instituto Reuters, demonstra que a confiança nas notícias aumentou durante a pandemia, com 44% dos inquiridos satisfeitos com a informação recebida. Esta confiança deve-se, segundo refere Galloni, à importância que as informações transmitidas pelos “media” tiveram na vida das pessoas, que tomaram decisões com base no que ouviam. Foi, também, durante a pandemia que os média recorreram mais à opinião de especialistas e, talvez, tenha sido uma das razões para o melhorar a confiança. A directora da Reuters distinguiu, ainda, a importância de os jornalistas saberem escolher os seus interlocutores, de forma a manter a credibilidade junto do público.