Quanto à informação, Alcarazo referiu que a IA pode ser utilizada tanto para contruir as “deepfakes” (fake news levadas ao extremo), por parte da Rússia, como para as desconstruir, pelos países da NATO.

Já relativamente à segurança, a IA serve para prevenir os ciberataques, para a vigilância em tempo real ou para identificar militares ou cidadãos. Pode, por exemplo, permitir verificar se os corredores humanitários estão, ou não, a funcionar.

Segundo um relatório da CNA sobre o armamento russo, tanto os EUA como a Rússia têm investido bastante na defesa, e “grande parte do investimento acabou maioritariamente no desenvolvimento da IA”, citou a jornalista. “Em quase qualquer aspecto de uma guerra pode usar-se a IA”, como, por exemplo, para calcular a rota perfeita de um drone.

No Plano Anual de Investigação do Centro Superior de Estudos da Defesa Nacional (Ceseden), refere-se que “o ecossistema russo de IA enfrenta problemas estruturais de desconfiança e burocracia que limitam o seu potencial de crescimento local e global”, mas realçou-se, também, a intenção que a Rússia revelou de liderar algum dos campos de aplicação militar, como a questão da IA.

O entrave para que esse domínio aconteça reside, sobretudo, no atraso tecnológico da Rússia face aos EUA e à China. No entanto, para Alcarazo, “o gigante asiático pode oferecer tecnologia avançada, em troca de experiência em primeira mão, que a Rússia tem relativamente ao uso de armas autónomas”.