O papel da Inteligência Artificial em articulação com os media na Guerra da Ucrânia
A Inteligência Artificial (IA) tem feito parte da Guerra da Ucrânia, como arma de guerra e ferramenta de recolha de provas, numa altura em que a informação circula em tempo recorde.
Alejandro Martín, professor na UPM, aponta vários caminhos para a IA, centrados sobretudo na análise de imagens para encontrar um objecto concreto, no processamento do áudio e no tratamento da linguagem natural, citou Alexia Columba Jerez no ABC.
No que toca à Guerra na Ucrânia, a IA tem sido usada para três questões distintas. Conforme explicou Lucía Alcarazo, investigadora de ética e governança na IA na UAM e colaboradora da Fundação Alternativas, a IA tem feito parte do campo de batalha, na primeira linha de acção, na obtenção de informação e em questões de segurança.
Em termos concretos, a IA tem feito o acompanhamento do controlo de tropas e veículos e o desactivar de minas ou explosivos nos veículos, referiu Josep Curto, director de curso do Mestrado em Inteligência de Negócio e Big Data Analytics da UOC. O mais preocupante, a seu ver, reside no uso de Armas Letais Autónomas (LAW).
Apesar disso e das tentativas de regulação face a este tipo de armas, tanto a Rússia como a Ucrânia estão, ainda, a usar armas com um “certo nível” de autonomia. Enquanto os ucranianos estão a usar drones equipados com misseis e drones que podem tanto atacar como ser utilizados para guiar as estratégias de combate, os russos usam drones programados para detectar concentrações de tropas ou tanques, por exemplo, e chocar contra eles.
Ainda no campo de batalha, surgiu o Open Source Inteligence, que permite uma análise de informação em diversas fontes, com o propósito de realizar uma determinada acção. Assim, é possível transmitir informação em tempo real.
Setembro 22
Quanto à informação, Alcarazo referiu que a IA pode ser utilizada tanto para contruir as “deepfakes” (fake news levadas ao extremo), por parte da Rússia, como para as desconstruir, pelos países da NATO.
Já relativamente à segurança, a IA serve para prevenir os ciberataques, para a vigilância em tempo real ou para identificar militares ou cidadãos. Pode, por exemplo, permitir verificar se os corredores humanitários estão, ou não, a funcionar.
Segundo um relatório da CNA sobre o armamento russo, tanto os EUA como a Rússia têm investido bastante na defesa, e “grande parte do investimento acabou maioritariamente no desenvolvimento da IA”, citou a jornalista. “Em quase qualquer aspecto de uma guerra pode usar-se a IA”, como, por exemplo, para calcular a rota perfeita de um drone.
No Plano Anual de Investigação do Centro Superior de Estudos da Defesa Nacional (Ceseden), refere-se que “o ecossistema russo de IA enfrenta problemas estruturais de desconfiança e burocracia que limitam o seu potencial de crescimento local e global”, mas realçou-se, também, a intenção que a Rússia revelou de liderar algum dos campos de aplicação militar, como a questão da IA.
O entrave para que esse domínio aconteça reside, sobretudo, no atraso tecnológico da Rússia face aos EUA e à China. No entanto, para Alcarazo, “o gigante asiático pode oferecer tecnologia avançada, em troca de experiência em primeira mão, que a Rússia tem relativamente ao uso de armas autónomas”.
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