O futuro dos tabloides britânicos face ao desafio da revolução digital
No quadro da era digital em que vivemos, o lucro originário dos jornais tabloides tem vindo a diminuir, verificando-se que, no ano passado, a News Group Newspapers registou uma receita de 319 milhões de libras, em contraste com os 654 milhões de libras do ano de 2011, com um prejuízo operacional de 44 milhões.
Esta situação abrangeu outros jornais tabloides do Reino Unido, o que os forçou a aceitarem a transformação e construírem websites com a versão digital do título. No entanto, os ganhos da receita digital ainda não foram capazes de compensar o declínio da edição impressa.
Em parte, isto deve-se ao facto de não existir, ainda, uma maneira de cobrar pelo conteúdo digital, dado que as receitas provenientes dos anúncios digitais são insuficientes.
Apesar de isto levantar problemas, alguns profissionais dos media revelam-se optimistas e acreditam que existe uma oportunidade para explorar terreno desconhecido.
Kelvin MacKenzie, ex-editor do The Sun, anunciou que vai lançar um novo website de notícias, o Daily Disclosure, que terá como alvo o público de “centro-direita”. Este explicou que o projecto pretende combater o jornalismo de esquerda, que é o mais recorrente.
Acrescentou, também, a maioria dos websites noticiosos “não traz nenhuma história que pareça ser controversa no que diz respeito à esquerda”, designadamente em temas sobre etnia e liberdade de expressão.
Novembro 22
O Daily Disclosure começará como um website gratuito e, mais tarde, introduzirá um modelo de assinatura, sendo, inicialmente, financiado por MacKenzie.
Existem rumores de que Martin Clarke, ex-editor chefe e director executivo do Mail Online, também planeia retomar a sua carreira profissional no jornalismo.
Antes de cessar funções em dezembro de 2021, Clarke transformou o jornal que orientou no maior website inglês de tabloides dos EUA e do mundo, ainda hoje classificado como um dos maiores.
A empresa encontra-se, actualmente, a desenvolver um projecto de assinatura digital de tablóides, a Mail+.
O sucesso do Mail Online levou a expansão de alguns jornais americanos, como o New York Post, que tem crescido exponencialmente.
Entretanto, algumas empresas britânicas ponderam novas oportunidades ou já lançaram os seus jornais nos EUA, tais como o The Sun, Mirror e o Express, procurando um público global.
De qualquer modo, a questão nuclear é se será possível os tabloides terem sucesso em formato digital?
O CEO da Enders Analysis, Douglas McCabe, acredita que sim, “em grande parte por achar que nenhum [jornal], com exceção do Mail Online, encontrou uma fórmula eficaz”.
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