O “fact-checking” como arma para contrariar a “névoa” informativa…
A cobertura da guerra russo-ucraniana tem sido realizada, sobretudo, em zonas fronteiriças, onde os jornalistas podem desempenhar as suas funções de forma mais segura, e menos atribulada.
Contudo, como afirmou Denise Becker num artigo publicado no “Observatório da Imprensa”, com o qual o CPI mantém um acordo de parceria, isto significa que os profissionais dos “media” estão a espelhar, apenas, uma realidade limitada de todo o conflito.
Assim, continuou a autora, algumas publicações têm recorrido aos testemunhos, textos, fotografias e vídeos partilhados nas redes sociais, como forma de complementarem as informações recolhidas pelos enviados especiais.
No entanto, afirmou Becker, este tipo de trabalho representa um problema acrescido, uma vez que muitos destes conteúdos são falsos, ou foram divulgados sem contextualização.
Portanto, os jornalistas enfrentam, agora, uma “névoa informativa”, que só pode ser dissipada através de relatórios de “fact-checking”, análises cuidadosas dos conteúdos, e uma verificação crítica das fontes.
Neste sentido, as agências de verificação de factos têm desempenhado um papel essencial, analisando a veracidade de alguns conteúdos, e partilhando as suas conclusões com o público.
Da mesma forma, as redes sociais têm contribuído para desmentir notícias falsas, ajustando os algoritmos, e limitando a divulgação de propaganda do governo russo. Ademais, o Conselho Europeu proibiu, nos países da UE, a actividade dos “media” Russia Today (RT) e Radio Sputnik, a fim de travarem as “fake news” do Kremlin.
Março 22
Ainda assim, e apesar de todos os esforços internacionais, é importante que os jornalistas sejam claros quanto às limitações do seu trabalho, evitando conclusões precipitadas.
Todos estes elementos, concluiu Becker, deverão ajudar o público a informar-se sobre a guerra com maior objectividade, numa época em que a “névoa” do espaço “online” continua a adensar-se.
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