O “e-mail” reciclado como serviço personalizado de notícias
A autora explica que, “num mundo digital frequentemente dependente de algoritmos ajustáveis, difíceis de ler, o e-mail revela-se como sendo um modo relativamente estável e fácil de alcançar a audiência”:
“Mas esta grande oportunidade de ter uma relação directa com a sua audiência não deve ser tomada como facto adquirido. Como muitas transformações trazidas pelas tecnologias digitais, também as newsletters estão sujeitas à regra dos dois sentidos: os assinantes têm mais controlo sobre aquilo que recebem e, principalmente, sobre o que fazem do seu e-mail. Com mais poder nas suas mãos, podem dissociar-se de uma lista de endereços se não gostarem do seu conteúdo ou frequência ou, no pior dos casos, podem marcá-lo como spam, deste modo banindo das suas vidas o remetente.”
Amina apresenta como exemplo bem sucedido o caso, divulgado num recente simpósio internacional sobre jornalismo digital, de uma newsletter brasileira, a Drive Premium, assinada por Fernando Rodrigues, fundador do Poder360:
“Esta newsletter paga, com sede em Brasília, fornece um conteúdo original, de natureza política, aos seus assinantes, que podem também receber alertas via WhatsApp ou Telegram.”
A apresentação da referida newsletter diz:
“O Drive antecipa factos, analisa e envia notícias exclusivas para o e-mail do assinante às 6h da manhã, por volta do meio-dia e no início da noite. (...) É a melhor maneira de acompanhar o que se passa no Executivo, Legislativo, Judiciário, sociedade civil e em todos os sectores que influem na vida nacional. O Drive é uma ferramenta única e essencial para quem precisa tomar decisões levando em conta a conjuntura do país e os cenários futuros. É oferecido no formato de assinaturas corporativas pagas (para empresas e para pacotes de e-mails). (...)
“De certo modo - diz a autora - a newsletter é como o jornal local ou nacional servido à porta de casa dos leitores em formato digital; um amigo fiável que os mantém informados sobre aquilo que importa e que lhes interessa. A newsletter permite-nos retomar um ‘hábito de notícias’ , com a vantagem de ser compatível com os dispositivos móveis e multimedia.” (...)
Chama também a atenção para o que The New York Times descobriu sobre os assinantes das suas newsletters: que “lêem duas vezes mais conteúdos que os não assinantes, e que são duas vezes mais propensos a pagar pela competência especializada” .
Na segunda metade do seu artigo, Amina Boubia desenvolve uma série de conselhos práticos sobre a produção de newsletters, e fornece o link para um painel que debateu precisamente “Como o e-mail, uma tecnologia com 50 anos, se tornou a próxima grande [novidade] para as organizações”.
O artigo citado, na íntegra em GIJN