O autor que aqui citamos desdobra as cinco perguntas  - com o seu conselho de utilização -  do seguinte modo:

  1.  -  O que é que se vai cobrar?  O primeiro passo é esclarecer quais são os conteúdos que vão ficar abrigados por essa paywall  - que define a sua própria natureza. Uma das tendências com maior projecção é a dos modelos freemium, que deixam em acesso livre as notícias, reservando trabalhos exclusivos, reportagens ou textos de opinião.
  2.  -  Quem vai pagar?  É preciso conhecer o perfil dos vários grupos de leitores que frequentam o jornal em causa, e depois ajustar os modelos de assinatura a cada um deles. Mas a Imprensa responsável não é friendly com toda a gente, como a Netflix, se quiser assumir a sua responsabilidade de guardiã e vigilante. O que conduz à pergunta seguinte.
  3.  -  Por que motivo queremos cobrar?  O jornal que somos tem a estrutura adequada para exigir aos leitores que paguem o nosso produto? Merecemos isso? Teremos de lhes explicar por que razão lhes pedimos que dêem uma parte do seu vencimento para nos sustentar. O motivo tem que ter peso convincente.
  4.  -  Onde vamos cobrar?  Os jornais digitais são, em princípio, de alcance internacional. Mas o primeiro passo é decidir qual vai ser o seu mercado objectivo. Um conselho básico será o de não se fechar a ninguém e procurar leitores em qualquer espaço de mercado em que o meio em causa tenha presença demonstrada ou potencial.
  5.  -  Quando se vai cobrar?  A maioria dos jornais que instala um muro “poroso” oferece um determinado número de notícias grátis por dia, ou por mês, a partir das quais o leitor tem de pagar. Mas há sempre modos de saltar por cima. E há jornais que o mantêm, mesmo sabendo disso. E outros, como eldiario.es, conseguem que mais de 30 mil pessoas paguem por conteúdos que até podiam ler de graça. The Guardian faz o mesmo. Tornaram-se referência no mundo das assinaturas. Também se podem pedir aos leitores “excentricidades” como a de pagarem só a partir da notícia nº 25, em Política, por exemplo, mas a partir da nº 5 em Desportos... Ou o contrário, desde que seja decidido com cabeça e conhecimento dos dados.

 

No final de tudo isto, o conselho de Ossorio Vega é que estas perguntas sejam dirigidas aos próprios leitores, “sem receio nem pudor”. Perguntas que eles vão responder e podem esclarecer a decisão do jornal em causa.

 

O texto aqui citado, na íntegra em Media-tics.