O acesso a documentos oficiais como componente da investigação jornalística
Num texto publicado na Columbia Journalism Review, Maria Bustillos, editora fundadora da revista Popula, reflectiu acerca do que o arquivo de documentos oficiais pode implicar a nível público.
Este debate surgiu com base no novo projecto, lançado no mês passado, do Internet Archive, o Democracy’s Library, que reúne as “publicações governamentais do mundo num repositório online único, permanente e pesquisável, para que todos - jornalistas, autores, académicos e cidadãos interessados – possam ter a acesso a estes, assim como lê-los e utilizá-los”.
A autora classificou este fenómeno como uma “forma fundamental de jornalismo”, uma vez que este permite o acesso a informação importante, como o funcionamento dos diferentes Governos, o que Bustillos sublinhou como sendo especialmente relevante no estudo de alguns países que hesitam em publicar esse tipo de informação, como a China e a Rússia.
Tendo isto em conta, é, claramente, importante distribuir cópias verdadeiras dos registos do Governo, noção que foi reconhecida pelo Congresso dos Estados Unidos, em 1813.
Este Congresso estabeleceu, mais tarde, o Federal Depository Library Program, que é, actualmente, “uma rede de mais de mil e cem bibliotecas que mantêm colecções de registos do governo, incluindo catálogos de assistência governamental, informações acerca do censo, indicadores económicos, o Manual do Código e do Governo dos EUA, o Manual de Segurança Social, bibliografias, o Diário Federal Register e o Guia de Ben para o Governo dos EUA para Crianças”.
No entanto, nos últimos anos, algumas colecções deste tipo de documentos têm sido vendidas ou licenciadas para algumas bibliotecas, através de bancos de dados digitais, e os repositórios digitais, mantidos pelos Governos, têm vindo a deteriorar-se.
Além disso, alguns documentos arquivados estão, muitas vezes, incompletos, existindo versões parciais do documento original, que carecem de contexto e/ou citações importantes.
Dezembro 22
A autora confessou que esta situação poderá levar à perda de informação essencial no futuro, uma vez que o seu armazenamento está a ser feito incorrectamente, socorrendo-se de repositórios não utilizados ou monitorizados.Um exemplo claro disto pode ser observado nos EUA, onde nem todos os registos de votação são arquivados e disponibilizados ao público, sendo, por exemplo, “difícil de descobrir os princípios de votação de uma comissão de condado”.Carl Malamud, que contribui para o acesso público gratuito aos registos do tribunal, admitiu que estas informações são essenciais, particularmente no jornalismo, sendo que são as fontes ideais para aumentar a confiança dos leitores no conteúdo.
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