Numa entrevista publicada pelo próprio Le Monde, Jean-Louis Beffa, que pertencia a uma das estruturas do Pôle d’Indépendance do referido conselho, sublinha este ponto, afirmando que os direitos daqueles que representa (os jornalistas, funcionários, leitores e fundadores do Grupo Le Monde), “não voltarão a depender da sua parte no capital, nem serão limitados no tempo: tornam-se estatutários e inalienáveis”. Sendo accionista minoritário, o Pôle detém agora um quarto do capital do Grupo (25,4%). 

Sobre os acordos de recapitalização assinados este Verão, o novo presidente descreve as garantias e direitos atribuídos ao Pôle d’Indépendance, por exemplo a capacidade de “impedir a chegada de um novo accionista da Sociedade Editora do Monde “que detivesse uma parte superior a 33,34% (minoria de bloqueio)”. (…) 

Em defesa do modelo de gestão conseguido no Grupo, Jean-Louis Beffa afirma ainda: 

“Longe das lógicas de predação ou desmantelamento que se têm visto noutros media, os diversos títulos do grupo puderam transformar-se no respeito da sua identidade. Ao invés da tentação da informação low cost e da sangria dos efectivos, a redacção do Monde não perdeu nem a sua alma nem a sua substância. (…) 

“Por seu lado, os jornalistas conservam o pleno controlo dos seus escritos e das suas imagens, e esta independência, de que é garante o director, inclui nomeadamente o recrutamento dos novos membros da redacção. Desde 2010, esta separação entre o capital e a redacção não sofreu qualquer excepção.” 

“Com efeito, muito poucos media no mundo dispõem de uma liberdade tão completa. Muito poucos jornalistas são defendidos por uma tradição e mecanismos de protecção tão firmes. Muito poucos jornais ou sites produziram, nos últimos anos, tanta investigação e informação inédita incomodando poderes políticos e económicos, em França e no estrangeiro.” (…) 


A entrevista com o novo presidente e o comunicado do conselho de supervisão em Le Monde