Novo modelo de ensino de jornalismo face às mudanças tecnológicas nos “media”
Com as mudanças que a imprensa tem registado, torna-se cada vez mais claro que os programas de aprendizagem do jornalismo e de comunicação devem ser adaptados.
O professor Rafael Lorente, que, ao longo de 30 anos, trabalhou como repórter e editor, argumentou que esta adaptação é uma obrigação moral, uma vez que os futuros jornalistas devem não só “prosperar no ambiente caótico de hoje”, mas também “pavimentar o caminho para um novo jornalismo mais sustentável”.
Lorente admitiu que os desafios da indústria têm vindo a afectar o número de matrículas em programas de jornalismo e comunicação, bem como a condicionar os seus estudantes.
Adicionalmente, o professor de jornalismo sublinhou que “as ameaças à democracia, à liberdade de imprensa e à educação jornalística estão intrinsecamente ligadas”. Entre estas, estão os baixos salários dos jornalistas estagiários, a falta de diversidade na indústria e a desinformação.
Apesar de não ser responsabilidade dos professores resolver os problemas da sociedade, Lorente defendeu que têm como obrigação “construir um modelo de ensino que mantenha os jornalistas cientes dos valores fundamentais da profissão, independentemente da incerteza do futuro”.
Tendo isto em conta, o autor compilou uma série de ideias e princípios para ajudar a melhorar a educação jornalística, ainda que não sejam definitivos.
Novembro 22
Primeiramente, Lorente argumentou que os princípios jornalísticos devem ser claramente articulados, devendo priorizar a verdade e conduzir investigações meticulosas, e que as práticas que já não servem para o público actual devem ser abandonadas.
Além dessas, o professor declarou que é necessário que os profissionais e as práticas do sector jornalístico sejam diversificados e inclusivos, assim como mais bem pagos, incentivando as parcerias entre escolas a fim de “abrir portas” para os alunos.
Outros princípios pelos quais os modelos de ensino jornalístico se podem reger baseiam-se em promover a criatividade, a transparência e a colaboração entre disciplinas e hierarquias, uma vez que “é possível aprender uns com os outros”, quer sejam os alunos com professores, ou vice-versa.
Finalmente, Lorente sublinhou a necessidade de os jornalistas conseguirem servir o público, sendo importante que os professores preparem os alunos com a experiência necessária, em defesa da imprensa livre e da democracia.
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