Jornalistas independentes indianos ameaçados pelo governo

Na Índia, as vozes independentes do jornalismo estão a ser ameaçadas pelo governo, através de detenções arbitrárias e de assédios constantes, alertou a jornalista e académica Meena Menon em entrevista para o “Observatório da Imprensa”, com o qual o CPI mantém um acordo de parceria. Conforme apontou Menon, actualmente, a grande maioria dos meios televisivos têm conexões com o governo, favorecendo as suas acções, e divulgando conteúdos de propaganda. Por outro lado, os “media” independentes têm dificuldades em sobreviver. Como tal, disse aquela jornalista, existe uma cobertura noticiosa limitada sobre alguns temas de grande relevância cívica. A título de exemplo, a perseguição de determinados segmentos da sociedade são abordados por, apenas, um número reduzido de “media” independentes. Neste âmbito, afirmou aquela profissional, as redes sociais têm servido um propósito ambivalente. Se, por um lado, estas plataformas ajudam a alertar um grande número de cidadãos para as questões sociais indianas, por outro lado, facilitam a divulgação de conteúdos propagandísticos e de mensagens de ódio. “Este tipo de assédio tornou-se um passatempo extremamente perigoso e alguns jornalistas são constantemente perseguidos devido às suas opiniões. Este quadro continua sem controlo, apesar de queixas e de detenções”, notou Menon. Ainda assim, garantiu aquela profissional, as escolas de jornalismo na Índia continuam a oferecer uma educação de qualidade, orientada para as experiências práticas e, também, para as disciplinas do âmbito das ciências sociais, incluindo componentes de direitos humanos, de economia, de relações públicas, além de direito e de legislação.