Jornalistas afegãos preocupados com a perseguição dos talibãs aos “media” não alinhados
Com a tomada do poder pelos talibãs, os jornalistas afegãos passaram a ser alvo de perseguições e ameaças constantes, o que levou muitos destes profissionais a abandonarem as suas funções e, em alguns casos, a deixarem o país.
Foi esse o caso da família Nooranis, composta, na sua totalidade, por profissionais dos “media”.
Conforme apontou o “site” do Comité para a Protecção dos Jornalistas (CPJ), os irmãos Shiraz, Ghazal, e Laila, bem como a mãe Dordana, encontram-se, neste momento, numa base militar no Indiana, planeando uma nova vida nos Estados Unidos.
Pretendem, agora, reunir-se com Basir, outro dos irmãos, que os espera na Califórnia.
O marido de Dordana, que faleceu há alguns anos, foi o primeiro membro da família a tornar-se jornalista, tendo contribuído para o pluralismo informativo do Afeganistão, com o lançamento, em 2005, de dois jornais: “Tariqi” e “Peshraw”.
Mais tarde, Dordana decidiu seguir-lhe os passos, tornando-se editora-executiva da revista feminina “Farah”, numa altura em que os “media” afegãos começavam a florescer, e a permitir que as mulheres integrassem as redacções.
Shiraz, Ghazal, e Laila quiseram continuar o legado dos pais, tendo colaborado com diversas publicações estatais e privadas. Da mesma forma, Basir trabalhou enquanto repórter para a Radio Killid, uma estação independente.
Contudo, mesmo antes de os talibãs terem voltado a controlar o governo, em Julho deste ano, a família sabia que corria perigo, por exercer jornalismo naquele país. Assim, em 2018, Dordana optou por abandonar a profissão, após ter recebido várias ameaças.
Mais recentemente, os jovens foram, também, ameaçados. Perante este cenário, decidiram deixar o Afeganistão.
Dezembro 21
norte-americanas, estes jornalistas obtiveram uma autorização de residência, com validade de dois anos.
Contudo, continuam a preocupar-se com os colegas que ficaram no Afeganistão, com quem mantêm o contacto.
Após a chegada das tropas norte-americanas em 2001, recorde-se, o Afeganistão começou a ter acesso a títulos de imprensa independente, após vários anos de propaganda talibã.
Assim, os “media” afegãos foram considerados como um dos maiores casos de sucesso dos últimos anos, uma vez que os jornalistas passaram a usufruir de alguma liberdade.
Os progressos parecem, agora, ter sido “apagados”, já que o regresso dos talibãs fez-se acompanhar pelo encerramento de mais de 250 publicações mediáticas, resultando no desemprego de 70% do número total de jornalistas nacionais.
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