Jornalismo deve evitar que a democracia seja “corroída por dentro”
Com a mudança geracional, há hábitos que nunca desaparecem. Um deles, segundo Carlos Wagner do Observatório da Imprensa do Brasil, é a circulação de frases nas redacções, nas quais “nunca ninguém parou para pensar, nem no seu verdadeiro significado”.
Na altura em que o autor entrou no mundo do jornalismo, a frase recorrente era “o preço da liberdade é a eterna vigilância”. Neste sentido, o repórter fez uma reflexão sobre a aplicação prática da mesma e sobre o facto de a imprensa explicar mal “a história de corroer a democracia por dentro”.
Na verdade, ao longo dos anos, a luta pela liberdade e a vigilância estiveram sempre presentes. No tempo da Guerra Fria, as duas potências mundiais estavam em constante vigilância, com receio das acções do seu “inimigo”, conforme referiu.
Após este período, e com a adesão à democracia, estes preceitos foram sendo esquecidos. No entanto, a liberdade e a vigilância voltaram às “entrelinhas” quando as fake news e a propaganda começaram a tomar espaço nos media.
Wagner chamou a atenção para o facto de estas questões não existirem apenas agora, mas terem feito parte de Governos autoritários ao longo da História mundial. Esta corrosão da democracia "por dentro" é uma temática que, para o repórter, merece a máxima atenção.
“Um dos instrumentos que os conspiradores usam é o desconhecimento do assunto por parte do jornalista”, afirmou Carlos Wagner acerca do papel do jornalista no combate à desinformação. Para justificar esta afirmação, dá exemplos de casos concretos onde os profissionais foram vítimas de narrativas criadas com o propósito de os manipularem.
Setembro 22
Hoje, com os facilitismos trazidos pela tecnologia, a informação circula a uma velocidade cada vez maior, sendo a Guerra na Ucrânia exemplo disso. Apesar dos benefícios, Wagner relembrou que, tal como a informação chega a quem pretende informar de forma verdadeira, chega, também, aos que têm “sonhos autoritários”.
Assim, a vigilância como defesa da liberdade é algo que, ainda hoje, se verifica. Cabe aos jornalistas, segundo Carlos Wagner, reforçar essa vigilância.
Os vídeos de animação e grafismo digital parecem ter efeitos benéficos na apreensão da informação noticiosa por parte do público. Quem o diz é Mike Beaudet, repórter de investigação e...
A empresa de inteligência artificial (IA) Perplexity começou a partilhar as receitas da publicidade com as organizações de media suas parceiras, noticia a Press Gazette. O anúncio de que esta...
O verdadeiro negócio das redes sociais não são os serviços de envio e recepção de mensagens, partilha de informações e participação em fóruns que as plataformas disponibilizam aos seus...
Embora se definam apenas como plataformas tecnológicas, as redes sociais influenciam as opiniões pessoais. Os especialistas em comunicação, como Rasmus Kleis Nielsen, autor do artigo News as a...
De acordo com Carlos Castilho, do Observatório de Imprensa do Brasil, com o qual o CPI mantém uma parceria, o jornalismo enfrenta, actualmente, dois grandes desafios, nomeadamente,...
Num texto publicado no media-tics, o jornalista Miguel Ormaetxea, reflectiu acerca da receita de publicidade digital dos media, que, em grande parte, fica nas mãos de grandes empresas de tecnologia,...
Num texto publicado na revista ObjETHOS, um dos seus pesquisadores, Raphaelle Batista, reflectiu sobre o papel que o jornalismo teve no Brasil durante 2022, assim como o que deve ser mudado.
Batista...
O Journalism Competition and Preservation Act (JCPA), um projecto de lei que pretendia “fornecer um 'porto seguro' por tempo limitado para algumas organizações de notícias negociarem...
Algumas organizações criaram um novo guia, Dimensions of Difference, para ajudar os jornalistas a entender os seus preconceitos e a cobrir melhor as diferentes comunidades. Este projecto baseia-se...