Imprensa independente russa resiste e continua a cobrir guerra
Nos últimos tempos, os “media” têm sido monopolizados pela guerra russo-ucraniana, que ameaça alterar, profundamente, o panorama geopolítico internacional.
Até mesmo na Rússia, onde os jornalistas estão a ser perseguidos pelo governo, a cobertura está a ser assegurada por meios independentes, que correm o risco de ser encerrados.
Em Portugal, a imprensa generalista continua a dedicar as suas primeiras páginas aos desenvolvimentos do conflito. O “Expresso”, por exemplo, destacou as vertentes financeiras e militares. Já o “Diário de Notícias” focou-se na destruição de cidades ucranianas.
As “newsmagazines” procuraram, por seu turno, analisar a ofensiva de Vladimir Putin, com a “Visão” a apresentar possíveis soluções para o conflito, e com a “Sábado” a reforçar a secção de opinião.
Também os jornais digitais continuam a acompanhar os desenvolvimentos ao minutos, graças a “lifeblogs”. À semelhança do que tem acontecido nos últimos dias, as actualizações dão conta das sanções à Rússia e dos ataques aéreos, com destaque para a vertente visual, que espelha a destruição e o desespero dos refugiados.
Da mesma forma, as emissoras de rádio e televisão continuam a contar com enviados especiais, que narram os eventos em primeira mão.
De modo geral, os jornais internacionais têm seguido a mesma fórmula jornalística, explicando as possíveis consequências, e sublinhando a imprevisibilidade do conflito.
Ainda assim, algumas associações de jornalistas apelaram aos correspondentes de guerra que evitassem utilizar um discurso tendencioso, com conotações xenófobas ou racistas.
Já na Rússia, os profissionais dos “media” receberam instruções claras do governo para não utilizarem determinadas expressões, tais como “guerra”, “ocupação” e “invasão”.
Março 22
Existem, contudo, alguns títulos que continuam a resistir às pressões do Kremlin, incluindo o “Novaya Gazeta”, dirigido por Dmitry Muratov, um dos vencedores do Prémio Nobel da Paz 2021.
Em entrevista para a “New Yorker”, Muratov afirmou que a imprensa sentiu “uma pressão imediata” para seguir a narrativa governamental.
No entanto, à semelhança de outros títulos russos independentes, Muratov assegura que o “Novaya Gazeta” quer continuar a informar os seus leitores, apesar de a imprensa estar a atravessar um período “muito difícil”.
“Nós decidimos não cumprir os requisitos do Estado. Estamos a seguir os nossos próprios valores, e confiamos nos nossos correspondentes e colaboradores de redacção, que verificam todos os factos”, explicou aquele responsável.
Ainda assim, Muratov diz-se “preocupado” com os jornalistas que estão a “trabalhar nas zonas fronteiriças” e a “cobrir as manifestações” em Moscovo.
“Espero que consigamos garantir a segurança de todos os colaboradores”, concluiu.
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