Imprensa experimenta fontes alternativas de receita

O estudo intitula-se Private Sector Media and Digital News, e incide sobre 25 jornais e estações emissoras da Finlândia, França, Alemanha, Itália, Polónia e Reino Unido.
Os conteúdos patrocinados, segundo o artigo que citamos, “tornaram-se mais apetecíveis às empresas noticiosas em resultado do crescimento dos bloqueadores de anúncios, e porque muito deste tipo de conteúdo é hoje consumido off site, nas redes sociais”.
Algumas empresas reconhecem que este tipo de conteúdos já responde por uma boa fatia da receita publicitária digital. O tablóide alemão Bild, por exemplo, tem um estúdio que produz artigos e vídeos para os seus parceiros publicitários e, segundo a directora digital do jornal, Donata Hopfen, este pode tornar-se o seu maior produto publicitário no ano corrente.
Mas a abordagem não é a mesma em toda a Europa. O mesmo artigo conta que a ideia de publicar conteúdos patrocinados não é tão bem aceite nas redacções italianas.
O Le Monde seguiu uma estratégia de diversificação, criando secções temáticas que não tinha: Pixels é uma secção sobre novas tecnologias, cultura digital e jogos online, enquanto Les Décodeurs trata de verificação de factos (fact checking) e outras áreas de investigação. Campus é dedicada aos estudantes e trata de vários aspectos da vida estudantil.
O Daily Telegraph, no Reino Unido, conta-se entre os que procuraram fontes alternativas de receita que não encontramos tradicionalmente num jornal - por exemplo, serviços de viagens, serviços financeiros e organização de eventos. A secção de viagens oferece descontos nas marcações de hotéis que forem feitas por meio do site, ou por telefonema.
O estudo revela que as editoras de jornais continuam a obter 80 a 90% de receita da sua actividade impressora em declínio. Assim, apesar do investimento significativo no conteúdo digital, este só conta para 10 a 20% da receita.
As vantagens e desvantagens destas experiências levam a que os 54 dirigentes de empresas entrevistados para este trabalho não tenham uma opinião unânime. O estudo aponta três tendências principais:
Alguns vêem as novas fontes de receita como oportunidades que só podem ser exploradas a fundo com grande investimento.
Outros encaram a diversificação como uma possibilidade, mas que deve ser seguida com cuidado e um investimento progressivo.
Finalmente, outros acreditam que as empresas noticiosas deviam focar-se na sua actividade central do jornalismo e não fazer experiências com outros produtos.
Mais informação no artigo citado, e o estudo do Reuters Institute