O primeiro exemplo que relata é o de que, precisamente um dia depois de a CJR ter publicado um texto sobre as dificuldades de alguns jornalistas estrangeiros em venderem o seu material freelance, o director do International Reporting Project (da Fundação New America) anunciou que este projecto vai fechar. 

“O IRP financiou jornalismo, durante mais de duas décadas, em mais de 115 países. Não foi explicado o motivo desta decisão.”

“Entretanto, estão em curso demissões significativas na Digital First Media, uma cadeia de jornais, muitos deles na Califórmia, entre os quais The Orange County Register. A secção em Los Angeles da Society for Professional Journalists  exprimiu, em comunicado, a sua ‘tristeza, frustração e consternação’ pelos cortes no Southern California News Group, daquela empresa. 

“As pessoas queixam-se frequentemente de uma governação local indiferente e irresponsável, e o desaparecimento do jornalismo local é uma parte importante do motivo por que isto ocorre”  - afirma a SPJ

Os cortes também chegaram ao maior jornal do estado do Oregon, The Oregonian, “com mais de onze membros da equipa a perderem o emprego, na sexta vaga de despedimentos ali ocorrida nos últimos anos”. Numa mensagem à redacção, o próprio editor, Mark Katches, desabafa: “Vocês estão provavelmente a interrogar-se sobre quando é que estes cortes vão acabar... Eu gostava de poder responder a isso.”

E acrescenta:

“Embora tenhamos conseguido progressos no aumento da nossa audiência digital, produzindo ao mesmo tempo um jornalismo importante e que ganha prémios, o retrato da receita continua a pôr problemas à nossa empresa.” (...) 

Entre outros exemplos que acrescenta a este mau cenário, o texto de Mthew Ingram aponta: 

O fecho das delegações no estrangeiro  - ainda não anunciado oficialmente -  da revista Foreign Policy, “historicamente um dos mais fiáveis destinos para freelancers que desejem escrever reportagens internacionais investigadas em profundidade”. 

O Charleston Gazette-Mail, um jornal de propriedade familiar na Virgínia Ocidental, que no ano passado tinha ganho um Prémio Pulitzer de jornalismo de investigação, requereu declaração de falência. A Wheeling Newspapers, que publica semanários em várias cidades da região, é o candidato mais provável à sua aquisição. 

Farhad Manjoo, do New York Times, responsabiliza a indústria da publicidade por tudo o que de mau acontece na Internet, dizendo que ela “recolhe e cataloga constantemente dados sobre o nosso comportamento, cria incentivos para ‘monetizar’ os nossos desejos mais privados e depois, com frequência abre brechas que as pessoas mais sombrias têm o maior interesse em explorar”. (...)

 

O texto citado, na Columbia Journalism Review