O referido relatório do Instituto Reuters decorre de um inquérito a 194 editores, directores executivos e directores de meios digitais, com o objectivo de identificar quais inovações que vão ter mais impacto no ecossistema mediático na Ásia. 

Uma percentagem muito elevada (72%) dos entrevistados planeia investir mais na “inteligência artificial”. O exemplo sugerido é o da plataforma chinesa Toutiao, com sede em Pequim, que alcança 120 milhões de utentes activos diários, 90% deles menores de 30 anos, e com um tempo médio de permanência diária de 74 minutos. 

Segundo a Media-tics, que aqui citamos, a Toutiao “agrega conteúdos provenientes de 800 mil fontes, 20 mil delas de media tradicionais”, para entregar de modo inteligente e personalizado à medida do interesse de cada utente. 

Por outro lado, 44% dos entrevistados considera que as assinaturas serão de grande importância para os meios digitais. A combinação entre dispositivos móveis e assinaturas será uma das chaves para a rentabilização do sector. 

“A Índia, que só em 2017 já reuniu 420 milhões de utentes de telemóveis, explora esta combinação noutro sector: a empresa BYJU, de Bangalore, oferece oferece aulas personalizadas para que os alunos possam melhorar os temas em que têm carências. Já tem 700 mil assinantes pagos sobre uma base de doze milhões de downloads, e é um modelo que se pode aplicar aos media.” 

Por último, a WeChat (uma espécie de WhatsApp da China) está a tornar-se a primeira fonte de notícias do país. “Esta aplicação do Tencent, um dos gigantes digitais mais em foco, já ultrapassa os 963 milhões de utentes activos mensais, sobretudo porque por meio dela se pode aceder a quase tudo, desde marcar consulta médica até comprar produtos.”

“E isto é uma porta aberta para os editores, que podem cobrar pelos artigos ou receber doações. O articulista He Caitou reconheceu em 2017 à Columbia Journalism Review que ganha mais de 600 dólares por cada artigo que partilha na WeChat. (...)

 

O artigo citado, em Media-tics, e a síntese do Reuters Institute