Carta aberta de associações de jornalistas em defesa da diversidade
Um grupo de associações de jornalistas partilhou, recentemente, uma carta aberta, considerando que os prémios Pulitzer deveriam ser atribuídos, somente, a profissionais de redacções com políticas de transparência quanto à sua diversidade étnica.
Este apelo surgiu na sequência de a News Leaders Association ter recebido, apenas, 303 repostas, após enviar um pedido a 2500 redacções, para que estas entregassem relatórios sobre os dados demográficos da sua equipa.
Neste contexto, os signatários da carta pediram à organização dos Prémios Pulitzer que contribuísse para melhorar a diversidade e a transparência do jornalismo norte-americano.
“Pedimos que a vossa organização promova inquéritos sobre a demografia das redacções, e que só entregue prémios a empresas que tenham participado nestes estudos”, pode ler-se na carta aberta.
“Ao implementar estes novos critérios, os Prémios Pulitzer estariam, não só, a celebrar o bom jornalismo, como, igualmente, a reconhecer as redacções que são transparentes para com o seu público”, continua a missiva.
“Os jornalistas têm o dever ético de serem honestos. Temos de nos certificar que as nossas redacções reflectem o perfil dos leitores, e devemos ser transparentes sobre isso mesmo, para que seja possível melhorar a diversidade das empresas jornalísticas, e para que estas possam operar com a melhor qualidade possível”, conclui a nota.
Abril 22
Entre os signatários estão organizações como a Society of Professional Journalists, Asian American Journalists Association, National Association of Black Journalists, Native American Journalists Association, National Association of Hispanic Journalists, LION Publishers, e, ainda, Institute for Nonprofit News
Os organizadores estão, agora, a planear a publicação de uma segunda versão da carta, apresentando uma lista de profissionais e de editores que demonstraram, entretanto, o seu apoio à causa.
“Temos recebido muito apoio, o que está a ser inspirador. As redacções deveriam ter melhorado a sua transparência, mas estamos em 2022, e muito poucas empresas estão dispostas a informar-nos sobre a diversidade das suas equipas”, disse a jornalista de dados Sisi Wei, que promoveu o envio da carta aberta.
“Este pequeno passo pode ser um grande impulsionador de mudança, ajudando as publicações a servirem melhor as suas comunidades”, concluiu.
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