“De certa forma, os donos das empresas conseguiram capital ao prometerem que os investidores teriam, um dia, o seu dinheiro de volta”, assinalou Stenberg, acrescentando que, em muitos dos casos, a única forma de cumprir a promessa é tornar o capital aberto.


Por outro lado,  Tom Ley, editor-executivo da publicação  “Defector” considera essencial analisar as motivações por detrás desta alteração do modelo de negócio.


“Se a ideia for conseguir dinheiro para contratar mais jornalistas e produzir melhores conteúdos, acho que as empresas devem avançar com esta medida. No entanto, se a motivação for conseguir dinheiro para os investidores, vai começar a haver incompatibilidades entre a empresa noticiosa e os seus colaboradores”, afirmou Ley.


Isto pode, ainda, levar as empresas de “info-entretenimento” a encerrarem as suas editorias informativas, uma vez que não são lucrativas, e que os jornalistas parecem não estar dispostos a esquecer os seus valores éticos e deontológicos, para benefício dos investidores.


Por isso mesmo, até ao momento, o capital público parece estar a servir, apenas, os empresários e accionistas, sem qualquer vantagem para os jornalistas, ou para o trabalho que estes desempenham.