O debate decorreu no espaço da Casa das Histórias Paula Rego, numa sessão em que Francisco Pinto Balsemão foi homenageado. Mas, para o fundador e Presidente do Grupo Impresa, o essencial era equacionar a situação de constrangimento em que vivem hoje os media  - e, neste caso, especialmente a televisão. 

Identificou três “ameaças” principais:  a fuga de publicidade e a dispersão de consumidores para os “gigantes norte-americanos (Google, Facebook, Instagram)”, a criação do “mito” de que tudo o que está online é livre e, consequentemente, gratuito;  por último, o condicionamento da liberdade “em nome da segurança”.  

Curiosamente, em resposta a estes problemas, Francisco Pinto Balsemão não falou em soluções definidas, mas em “possibilidades de reconversão”: 

“Quando um semanário em papel, o Expresso, consegue produzir, também, um jornal diário digital, o Expresso Curto, a newsletter das 18h, um site adaptado a smartphone, um serviço para o Snapchat, etc., isso é reconversão. Quando a venda de assinaturas de canais da SIC sobe, num ano, 11,7%, isso é reconversão. Quando a SIC vende conteúdos à Netflix, isso é reconversão. Não chega? Claro que não. Precisamos de muito mais. Mas, pelo menos no que toca à televisão, penso que ainda temos algum tempo.” 

E deixou uma pergunta para fazer pensar:

“Será que, por ironia do destino, e para desespero dos críticos, afinal a televisão, de mal necessário e intelectualmente detestável, se está a transformar em bem necessário que é indispensável precaver?”

 

 
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