As organizações signatárias, cuja lista pode ser consultada no final da referida carta, solicitam um encontro urgente com o Presidente Erdogan, lembrando que entre os detidos do Cumhuriyet se encontra o articulista Kadri Gürsel, membro da direcção executiva do  International Press Institute (IPI) e seu representante oficial na Turquia.

“Estamos profundamente perturbados por esta medida, não só contra um altamente respeitado jornal que é, na Turquia, uma das últimas fontes de notícias e informação críticas, mas também uma representante de uma importante organização internacional de Direitos Humanos. Estamos também extremamente preocupados pelo facto de os detidos continuarem sem acesso a apoio jurídico e sem uma acusação clara contra eles.”

A carta descreve o encerramento dos 15 órgãos de comunicação pró-curdos como mais uma medida para “controlar toda a cobertura mediática das operações anti-terroristas que prosseguem nesta região, e impedir os media independentes de investigarem os graves abusos contra os Direitos Humanos que estão a ocorrer”.

 

A mensagem termina com um apelo às autoridades pela imediata libertação dos jornalistas, e aos poderes judiciais para que ponham fim ao “abuso dos poderes do estado de emergência, que estão a ser usados para suprimir a oposição legítima, reprimir mais ainda os media independentes e enfraquecer o que resta do Estado de Direito”.

 

Por seu lado, a organização Repórteres sem Fronteiras, uma das signatárias desta carta, publicou, no Dia Internacional pelo Fim da Impunidade dos Crimes contra os Jornalistas, o seu próprio relatório anual, com uma lista de 35 líderes políticos e religiosos, ou organizações criminosas que prendem, torturam ou chegam a matar jornalistas no exercício da sua missão.

Esta lista não é exaustiva, segundo Repórteres sem Fronteiras, e os que nela comparecem são aqueles que mais se distinguiram entre 2015 e 2016, cometendo “as piores atrocidades contra os jornalistas, sem que ninguém os incomode”.


A notícia e carta enviada aos dirigentes turcos e o relatório dos RSF