As “newsletters”, a partilha de conteúdos, e a (in)dependência de jornalistas “freelancer”
Nos últimos anos, a maioria dos “media” passou a ter uma relação de co-dependência com as redes sociais, que partilham os conteúdos noticiosos nas suas plataformas e, em troca, impulsionam o crescimento do número de leitores de determinados títulos, notou Lívia de Souza Vieira num artigo partilhado no “Observatório da Imprensa”, com o qual o CPI mantém um acordo de parceria.
Segundo recordou a autora, este fenómeno não foi bem recebido por alguns profissionais, que, procurando a independência relativamente a marcas jornalísticas e a grandes empresas tecnológicas, aproveitaram o panorama mediático digital para lançarem projectos a solo.
Um dos formatos preferidos por estes jornalistas foram as “newsletters”, que lhes permitiram escrever artigos sobre assuntos específicos, indo ao encontro de um mercado de “nicho”, e estabelecendo uma relação de maior proximidade com o seu público.
No entanto, este tipo de aposta fez-se acompanhar de algumas desvantagens que os jornalistas e a comunidade mediática não conseguiram prever.
A maioria destas iniciativas, recorda a autora, foi criada através da plataforma “Substack”, que permite o acesso a diversos recursos de edição e de captação de audiências. Além disso, este “site” não está sujeito a algoritmos, tornando-se apelativo para muitos profissionais, que desejavam ser conhecidos, apenas, pela qualidade do seu trabalho.
Ademais, além de possibilitar contribuições financeiras dos assinantes, tornando a remuneração dos jornalistas uma realidade, o “Substack” tem, também, o seu próprio programa de apoio pecuniário a criadores.
Numa fase inicial, esta plataforma atraiu centenas de utilizadores, convencidos de que as “newsletters” seriam a melhor aposta para o seu percurso profissional. Porém, com o passar do tempo, alguns profissionais começaram a comparar a “Substack” às redes sociais, já que a empresa nunca revelou os critérios de selecção para o seu programa especial de remuneração.
Setembro 21
Além disso, na “Substack” parece não haver qualquer preocupação com o bem-estar dos jornalistas independentes em países de risco, já que a empresa disse não se responsabilizar por qualquer atentado contra os seus utilizadores.
Assim, notou a autora, a demanda dos jornalistas “freelancer” por mais independência e melhor remuneração acabou por ser, em alguns dos casos, “um tiro no pé”.
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