O neologismo é curioso. A reflexão não menos. Escreve ele:  “Havia um clima de que os 'especialistas de Facebook' superariam a imprensa. Não era mais necessário investir em jornalismo,  já que os media sociais supririam toda a nossa fome por conhecimento e informação. O mito  – surgido nas próprias redes sociais –  parecia ter sido absorvido de tal maneira que a imprensa não mais reagia.”

 

O texto que citamos, publicado no Observatório da Imprensa do Brasil, parte da crise e das causas, uma das quais foi apontada como sendo  - o próprio leitor.

 

E comenta: “O leitor  – e seus media  sociais digitais conectados em rede –  passou a ser visto como um inimigo a ser combatido, um mal necessário para que o jornalismo conseguisse sobreviver. Não mais se fazia jornalismo para a sociedade, mas fazia-se um suposto jornalismo dinâmico e frenético para que os grandes nomes da imprensa sobressaíssem diante dos ‘jornalistas cidadãos’.”

 

Cnsiderando este “um dos primeiros e mais graves erros”, o autor fala depois de outro erro,  cometido pelo outro lado, no sentido em que  “o comportamento infantilizado de muitos veículos através dos media sociais, por exemplo, demonstra imaturidade e desestruturação de pensamento; (...) o jornalismo, como instituição e pilar da democracia, comporta-se agora como um utilizador  de internet, jovem (…), mas que não tem como privilégio o foco ou a profundidade”

 

“Os media  sociais digitais conectados em rede trouxeram a ‘mediatização dos media’, ou a ‘facebookização do jornalismo’.

 

Quando se falava em jornalismo cidadão e participação do utilizador  - recorda o mesmo autor do blogue -  muitos pensavam num jornalismo global-local, com o dinamismo e velocidade que a internet exige. Porém, o que temos visto não vai ao encontro desse pensamento, já que o espaço do cidadão no jornalismo é medido apenas pelo seu humor, a participação do utilizador é medida em `curtidas` e o jornalismo muitas vezes não é jornalismo, sendo apenas uma mera isca para likes e shares.

 

Uma reflexão a ter em conta, quando se intensifica em Portugal o recurso ao chamado “jornalismo do cidadão”, uma “moda” perversa para o jornalista como mediador e testemunha da realidade.

Mais informação no artigo citado: