A era digital obrigou à reinvenção do “jornalismo de estrada”
As grandes reportagens, resultantes do “jornalismo de estrada”, irão continuar a existir, independentemente do formato no qual se apresentem, considerou Carlos Wagner num artigo publicado no “Observatório da Imprensa”, com o qual o CPI mantém um acordo de parceria.
Conforme recordou Wagner, no início dos anos 2000, os repórteres de estrada começaram a ser dispensados, uma vez que o trabalho que desempenhavam representava um custo elevado para as empresas jornalísticas.
Assim, com a chegada da era digital, e como forma de reduzir os custos de produção de um jornal, os empresários dos “media” passaram a apostar nos jovens profissionais, pagando-lhes salários reduzidos, e pedindo-lhes que se baseassem nas informações disseminadas por agências noticiosas.
Os repórteres “de estrada”, com vários anos de experiência, ficaram, por sua vez, no desemprego.
Contudo, se, por um lado, a era digital resultou na dispensa de alguns profissionais, por outro lado, representou o surgimento de novas oportunidades de trabalho independente.
Desta forma, com o passar do tempo, estes profissionais começaram a desenvolver os seus próprios modelos de negócios, publicando as “reportagens de estrada” em “blogs”, ou nas redes sociais.
E, ao que parece, o público continua a consumir estes conteúdos, uma vez que valoriza as informações disseminadas pelos profissionais que fazem reportagens no terreno, assinalou Wagner.
O mesmo aconteceu com as grandes reportagens televisivas. Ou seja, depois de este formato ter sido eliminado de alguns telejornais, os profissionais passaram a apresentar as suas ideias junto de cineastas, que apostaram no modelo informativo, e criaram novos documentários.
Janeiro 22
Perante este cenário Wagner acredita que, apesar de todas as alterações dos modelos de consumo, o “jornalismo de estrada” e as grandes reportagens continuarão a prosperar, uma vez que o seu conteúdo ainda é valorizado pela sociedade.
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