O mesmo jornalista apontou, neste sentido, que as práticas de espionagem são comuns em diversos países do Médio Oriente, onde os profissionais devem abster-se de utilizar equipamentos pessoais.


“Em muitos países, não há maneira segura de viajar com tecnologia. Se estivermos a fazer reportagens nestes locais, temos de deixar tudo para trás, sem nos conectarmos a nada. (...) Temos de comprar equipamento temporário”.


“Se as reportagens estiverem relacionadas com a liderança desses países, eu diria que é demasiado perigoso fazer cobertura noticiosa no terreno. Seria muito complicado colocar questões aos cidadãos sobre os seus líderes. É uma situação caricata, mas se alguém quiser reportar sobre o governo saudita, deve fazê-lo a partir de Londres”.


Hope considera, assim, que este caso de vigilância veio abrir os olhos de muitos jornalistas, sobre o perigo de utilizar dispositivos tecnológicos comuns.


“A caixa de ferramentas dos jornalistas tem que mudar. Espero que a Apple e outras empresas tecnológicas percebam que os telemóveis têm de ser mais seguros. Mas, para evitarem qualquer risco, os profissionais têm mesmo que tomar medidas extra de protecção -- têm que entrevistar pessoas presencialmente, e deixar o telefone para trás”.