Impresa negoceia com família de Berlusconi venda do Grupo
O Grupo Impresa confirmou as notícias que davam conta de negociações com o Grupo MediaForEurope (MFE), controlado pela família Berlusconi, para venda de até 33% do capital. Ainda assim, não existe, para já, um acordo vinculativo: "Na sequência dos comunicados publicados nos dias 27 e 28 de Setembro de 2025, a Impresa confirma estarem ainda em curso negociações com o Grupo MFE, embora não exista, nesta data, qualquer acordo vinculativo entre as partes", pode ler-se no comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
O Grupo que detém a SIC e o Expresso sinalizou que "apesar de os termos finais do acordo estarem ainda em discussão, esclarece-se que o objecto das negociações se limita, neste momento, à subscrição de uma participação minoritária, não superior a 33% do capital social, por entidade do Grupo MFE, através de aumento de capital na Impresa".
Na sequência do anúncio, a CMVM levantou a suspensão da negociação das acções do Grupo.
Esta será “a primeira de duas operações”, com o objectivo de permitir, a prazo, a entrada dos italianos no controlo efectivo do Grupo, estratégia semelhante à adoptada recentemente pela MFE na Alemanha. A Impresa enfrenta necessidades de financiamento na ordem dos 80 milhões de euros para reequilibrar as contas e reduzir a dívida.
Segundo cálculos do ECO, “um aumento de capital que cumpra o objectivo de não ultrapassar os 33,3% (...) será no máximo de cerca de 41 milhões de euros se fosse ao valor nominal, isto é, um euro por acção”. Contudo, “tendo em conta a situação financeira da companhia, haverá um desconto nesse montante”. Num cenário de desconto de 50%, “um aumento superior a 20 milhões permitirá chegar aos referidos 33%”.
Com esta nova estrutura, os herdeiros de Pinto Balsemão, que actualmente detêm 51,81% dos direitos de voto, deverão ficar com cerca de 35%, e a MFE com 33%. A operação, no entanto, obriga ambas as partes a provar junto da CMVM que não actuam de forma concertada, sob pena de serem forçadas a lançar uma Oferta Pública de Aquisição (OPA).
Com a morte de Francisco Pinto Balsemão, os cinco herdeiros — Mónica, Henrique, Francisco Maria, Joana e Francisco Pedro — passaram a partilhar as acções da Balseger de forma equitativa, que detém 71,41% da Impreger SGPS, SA, titular de 50,31% dos direitos de voto da Impresa.
Os herdeiros pediram à CMVM a “derrogação do dever de lançamento de oferta pública de aquisição”, argumentando que “não houve aquisição para obter controlo, mas apenas sucessão natural”.
(Créditos da imagem: Impresa)