Os motivos pelos quais a rede social TikTok tem vindo a ganhar dimensão junto da Geração Z enquanto plataforma para acompanhar as notícias deixam pistas às redacções mais tradicionais sobre o que precisam de fazer se se quiserem manter relevantes para o público mais jovem.

“Com a sua mistura única de vídeos dinâmicos e curtos, o TikTok transformou-se numa fonte de notícias em que os utilizadores procuram mais do que apenas actualizações informativas, refere o The Fix, site de informação sobre o sector dos media.

De acordo com o mais recente Digital News Report do Reuters Institute, quase um em cada quatro consumidores de informação (23%) entre os 18 e os 24 anos recorrem ao TikTok regularmente para ver notícias.

O desejo de autenticidade e ligação humana

Ao contrário dos conteúdos noticiosos mais tradicionais, que usam um estilo ancorado no tom profissional dos pivôs, no TikTok, os vídeos são mais apetecíveis se os apresentadores parecerem informais e sem filtros.

Muitas vezes, a informação é transmitida por influencers ou criadores de conteúdos que conseguem captar a atenção do seu público através de histórias contadas com um registo familiar.

Além disso, a mistura de conteúdos noticiosos com um estilo de entretenimento acaba por envolver mais os jovens.

Um formato muito popular também são os resumos diários ou semanais, apresentados de forma concisa e “fácil de consumir”.

“A preferência dos jovens da Geração Z por notícias partilhadas por pessoas parecidas com eles vem do seu desejo mais profundo de autenticidade”, explica o The Fix, acrescentando que os estudos apontam para a ideia de que esta geração tem tendência para procurar conteúdos que pareçam genuínos.

“A percepção de autenticidade é crucial numa altura em que o cepticismo em relação aos media tradicionais é tão alto”, continua o artigo.

Como podem as redacções adaptar-se a esta mudança?

  • Criar vídeos informativos de duração curta: Os jornalistas devem experimentar fazer actualizações breves, claras, com imagens apelativas e usando um tom menos formal.
  • Investir em figuras que apareçam com regularidade no ecrã: “Os jornalistas já não podem ficar só atrás das câmaras. As organizações de media precisam de investir na formação para que os profissionais sejam muitos bons a aparecer no (pequeno) ecrã”. A ideia é estabelecer uma ligação mais forte com o público, o que permitirá aumentar os níveis de confiança.
  • Colaborar com criadores de conteúdos para redes sociais: O estabelecimento de parcerias com influencers (ou newsfluencers) é uma “excelente forma” de aumentar a audiência, porque estas pessoas já sabem comunicar com a Geração Z e podem fazer “a ponte entre o formato de notícias tradicional e a abordagem digital desejada por este público”.
  • Promover a autenticidade nas reportagens: Pode ser benéfico dar espaço aos jornalistas para que partilhem histórias “de bastidores”, reconheçam erros ou expressem até reações mais espontâneas, sempre que apropriado. Este registo pode tornar a comunicação mais natural, mais humana e menos impessoal, o que resulta na relação com a população mais jovem.

(Créditos da fotografia: Swello no Unsplash)