Fernando Magalhães Crespo morreu no passado dia 12 de Novembro, aos 94 anos, noticiou a Rádio Renascença (RR).

Engenheiro de formação, Magalhães Crespo esteve à frente do Grupo Renascença durante mais de três décadas e era presidente emérito do Grupo desde 2005.

Magalhães Crespo nasceu, em 1930, numa família tradicional católica do interior do país. Em 1974, foi convidado pelo então cardeal-patriarca de Lisboa, D. António Ribeiro, para integrar o conselho de gerência da RR, na qualidade de gerente.

É lembrado como uma “figura central da evolução e resistência do grupo de comunicação social da Igreja”, particularmente no período “em que as instalações da emissora católica no Chiado estiveram ocupadas por forças da extrema-esquerda e pelos militares do COPCON, entre julho de 1974 e dezembro de 1975”, lembra a RR.

Magalhães Crespo descreveu o período do Processo Revolucionário em Curso (PREC) como “caótico”, numa entrevista que deu em 2018.

Pelo papel de resistência que desempenhou naquele período, Magalhães Crespo recebeu, em 2018, o prémio “Fé e Liberdade”, atribuído pelo Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica.

Durante o seu mandato, o Grupo viu nascer a RFM (1987) e a Mega Hits (1998), e foram dados os primeiros passos no digital.

Reformou-se aos 75 anos, mantendo-se como presidente emérito do Grupo, por nomeação do então cardeal-patriarca de Lisboa, D. José Policarpo, como homenagem aos serviços prestados à RR e à Igreja Portuguesa.

Em 2023, foi condecorado pelo Presidente da República, com o grau de Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique.

“O seu papel na reinvenção, construção e crescimento no Grupo sempre foi reconhecido pelos seus pares e o seu nome é tido como uma referência na comunicação social portuguesa”, resume o Observador.

(Créditos da fotografia: Captura de ecrã de vídeo de homenagem a Magalhães Crespo na RR)