A FIJ, que engloba 600 mil jornalistas em 146 países, denunciou as acusações como "falsas, difamatórias e danosas".

Os membros nórdicos acusaram a FIJ, de práticas antidemocráticas de longa data, que incluem falta de ética nas finanças e a permissão dos representantes dos órgãos de comunicação estatais do estado russo continuarem como membros.

"Chamamos a isso actividade corrupta", afirmou Hanne Aho, presidente do Sindicato dos Jornalistas da Finlândia.

O líder do Sindicato Norueguês de Jornalistas, Dag Idar Tryggestad, declarou que os sindicatos lutaram durante anos para implementar regras democráticas nas eleições da FIJ, bem como transparência em torno de decisões e gastos. “Acreditamos que esta renúncia é a única coisa que pode salvar a Federação. As mudanças devem ser forçadas", afirmou.

Tanto Aho quanto Tryggestad, afirmaram que a última decepção dos sindicatos nórdicos resultou de não terem sido tomadas medidas contra o Sindicato Russo de Jornalistas, por este estabelecer associações regionais de jornalistas em territórios ucranianos invadidos pela Rússia. Os russos, "conseguiram fazer isso com toda a tranquilidade, sem que a FIJ expulsasse a Federação russa", disse Aho.

Por seu lado a FIJ, declarou que o seu comité executivo iniciou um processo formal para suspender e expulsar o Sindicato Russo de Jornalistas. Afirmaram, ainda, que as despesas foram formalmente auditadas todos os anos e que procurou responder a todas as perguntas feitas pelos sindicatos nórdicos. "Rejeitamos totalmente o que consideramos alegações falsas, difamatórias e prejudiciais", declarou o vice-secretário-geral da FIJ, Jeremy Dear.

Os sindicatos nórdicos também reclamaram a decisão de realizar o congresso mundial da FIJ, no ano passado, em Omã, o que limitou a liberdade de imprensa, afirmou Aho.

"Os apoios ao congresso eram extremamente extravagantes, então começamos a questionar de onde vinha o dinheiro para pagá-los", disse Aho, perguntando se era apropriado que os sindicatos de jornalistas aceitassem patrocínios tão generosos.

A FIJ, afirmou que os valores incluem os subsídios negociados pela Associação de Jornalistas de Omã. "Este tem sido o procedimento normal usado na realização de sucessivos congressosao longo de décadas", pode ler-se no comunicado da Federação.