Os Repórteres Sem Fronteiras (RSF) e outras 59 organizações apelaram, no dia 26 de Agosto, à União Europeia (UE) para que suspenda o Acordo de Associação com Israel na sequência dos ataques “sem precedentes” a jornalistas, noticia a própria RSF.

O pedido foi feito através de uma carta dirigida ao chefe da diplomacia da UE, Josep Borrell, e ao comissário do Comércio, Valdis Dombrovskis, numa altura em que os ministros dos Negócios Estrangeiros se preparavam para se reunir em Bruxelas, no final de Agosto.

Os signatários da carta acusam o Governo de Benjamin Netanyahu de “restringir a liberdade dos meios de comunicação social, o que resultou efectivamente no estabelecimento de um regime de censura”.

Segundo as organizações, mais de cem profissionais de media palestinianos, dois jornalistas israelitas e três libaneses morreram desde o início dos ataques contra o Hamas, depois de 7 de Outubro de 2023, “fazendo deste o período com maior número de mortes para os jornalistas em décadas”.

Algumas das vítimas poderão ter sido alvo de ataques directos do exército israelita, alegam as ONG, que condenam também as limitações ao acesso dos jornalistas à Faixa da Gaza e as “detenções arbitrárias”.

“Estas violações deveriam desencadear a suspensão do Acordo de Associação entre a UE e Israel, bem como outras sanções da UE contra os responsáveis”, lê-se na carta.

Além da RSF, o documento é assinado por organizações como o Comité para a Protecção dos Jornalistas,  a Human Rights Watch, a Federação Europeia de Jornalistas e o Sindicato dos Jornalistas português.

O Hamas desencadeou no dia 7 de Outubro um ataque a Israel, que causou a morte de mais de 1140 pessoas, tendo raptado cerca de 240 pessoas, segundo as autoridades israelitas. Em resposta, Israel declarou guerra ao Hamas, bombardeando a Faixa de Gaza e impondo um cerco ao território, estimando-se que já tenham morrido mais de 40 mil pessoas.