Vários homens armados protagonizaram um ataque a um estúdio do canal de televisão TC na cidade de Guayaquil, no sudoeste do Equador, durante uma transmissão ao vivo. 

Armados com pistolas, espingardas e granadas caseiras, agrediram jornalistas e funcionários, forçando-os a deitarem-se no chão e exigindo a retirada da polícia, que chegou ao local em seguida.

O jornalista Jorge Rendón descreveu o incidente num relato transmitido pela TC e pela BBC, no qual explicou que ouviu um barulho enquanto apresentava o programa “Después del noticiero”.

“Primeiro ouvi alguns ruídos nos corredores da emissora, fora do ‘set’ televisão, e pensei: o que está acontecer? Era raro isto acontecer. E o barulho estava a ficar mais mais alto”, relatou.

De acordo com Rendón, quando foram para intervalo, um dos produtores disse através do auricular para fecharem a porta do estúdio porque havia pessoas armadas que estavam a controlar o canal.

“No estúdio temos portas blindadas. Então, nós (éramos aproximadamente sete) fechámos a porta com todas as nossas forças. Com isso, ganhámos algum tempo”, contou, explicando que, entretanto, pediram a uma colega para contactar um agente que conheciam.

Após conseguirem entrar no estúdio, os agressores forçaram os jornalistas a realizar uma transmissão ao vivo, utilizando os colegas como reféns. A situação foi extremamente tensa, com os sequestradores a demonstrarem conhecimento específico sobre quem estava do outro lado da porta, gritando pelo nome de Rendón.

O grupo, caracterizado como violento e fortemente armado, chegou a colocar dinamite na lapela de um repórter e a apontar-lhe uma arma à cabeça, obrigando-o a pedir à polícia que se retirasse do local. Durante a transmissão ao vivo, ouviram-se tiros e gritos, e um dos colaboradores foi baleado na perna.

A polícia anunciou, posteriormente, que todos os reféns foram libertados e os 13 invasores foram detidos. O canal de televisão confirmou que dois dos seus funcionários ficaram feridos.

Após o ataque, o Presidente do Equador declarou estado de "conflito armado interno" e ordenou a mobilização das forças armadas e da Polícia Nacional para garantir a soberania e integridade nacionais contra o crime organizado e organizações terroristas. Este episódio levanta preocupações sobre a segurança no Equador, destacando a necessidade de enfrentar ameaças à estabilidade e soberania do país.

Pelo menos 10 pessoas foram mortas desde o início do estado de emergência de 60 dias no Equador, depois do desaparecimento do chefe do bando Choneros, Adolfo Macías Villamar, ou Fito, como é mais conhecido.

Até ao momento não se sabe se o incidente no estúdio de televisão em Guayaquil está relacionado com o desaparecimento que ocorreu na mesma cidade.