No final de Novembro, o Governo de Israel aprovou uma medida no sentido de interromper as ligações com o jornal Haaretz, bem como o pagamento de publicidade institucional e de assinaturas naquela publicação, anunciou o próprio jornal.

O Comité para a Protecção dos Jornalistas (CPJ) já emitiu um comunicado pedindo ao Executivo que ponha fim a estas sanções.

“Deploramos a tentativa do Governo israelita de silenciar um meio de comunicação respeitado como o Haaretz, prejudicando as suas receitas publicitárias e de subscrições”, disse a presidente-executiva do CPJ, Jodie Ginsberg.

O ministro das Comunicações israelita, Shlomo Karhi, propôs o boicote no seguimento das críticas do editor do jornal, Amos Schocken, em que este afirma que o Executivo de Netanyahu está a violar a lei internacional e a impor aos palestinianos “um regime cruel de apartheid”, nas palavras do editor.

O ministro afirmou que os governantes defendem “a liberdade de imprensa e a liberdade de expressão, mas também a liberdade do Governo de decidir não financiar o incitamento contra o Estado de Israel”.

O Haaretz, o jornal mais antigo do país, considera a decisão uma tentativa de “silenciar um jornal crítico e independente”.

“A crescente aplicação de restrições por parte de Israel aos meios de comunicação críticos é mais uma prova perturbadora dos seus esforços para impedir a cobertura das suas ações em Gaza”, considera a presidente do CPJ.

(Créditos da fotografia: Wikipedia)