Trust in News à beira da insolvência com Plano de Revitalização “chumbado”
O Processo Especial de Revitalização (PER) da Trust in News (TIN) foi reprovado no passado dia 5 de Novembro, com os votos contra da Autoridade Tributária (AT) e da Segurança Social, entre outros credores, noticia a RTP, citando a Lusa.
"O plano da devedora encontra-se reprovado", diz a informação enviada ao tribunal pelo administrador judicial provisório.
O Grupo TIN, propriedade de Luís Delgado e detentor de títulos como a Visão, Exame e Caras, submeteu em Maio deste ano no tribunal um PER, no sentido de tentar renegociar as suas dívidas, dada a situação iminente de insolvência.
A empresa deve, no total, quase 33 milhões de euros, sendo o principal credor o Estado (17 milhões de euros).
Luís Delgado tem alguns dias para reconhecer a insolvência ou, em alternativa, avançar para um processo de insolvência com reestruturação, explica o Eco.
Votação do PER
O chumbo deveu-se aos votos contra dos "credores cujos créditos correspondem a 61,16% do total dos créditos reconhecidos”, refere a RTP.
Entre estes credores estão a AT, a que a TIN deve 8,13 milhões de euros, e a Segurança Social, a quem são devidos 8,98 milhões de euros.
Estas entidades não aceitaram as condições da proposta de viabilização da empresa. Segundo a documentação citada pela RTP, um dos motivos para a votação desfavorável foi o contínuo aumento da dívida.
“No início do PER, a AT reclamou créditos no valor de 8 125 545,20 euros" e, à data de 4 de Novembro, a TIN tinha “em dívida o valor global de 8 570 032,25 euros, o que significa que continua a constituir dívida nova", refere o documento.
Além disso, a Segurança Social referiu que se verifica o "incumprimento reiterado do pagamento de contribuições" desde Setembro de 2019 e que “a empresa não cumpriu nenhum dos planos prestacionais que foram autorizados e implementados", facto que justifica o seu voto contra.
Entre os credores que votaram a favor, estão a Impresa Publishing (que tem a receber 4,14 milhões de euros e a quem Luís Delgado comprou as publicações em 2018), o Novo Banco (3,56 milhões de euros) e o BCP (mais de 717 mil euros), entre outros, refere a notícia da RTP.
Na sequência da não aprovação do PER, foi “solicitada à devedora e aos credores a respectiva pronúncia sobre o estado de solvência ou insolvência da empresa”, devendo ser emitido um parecer nesse sentido.
Embora estejam a ser estudadas alternativas, começa a tornar-se mais provável o cenário de insolvência da empresa, segundo o Expresso.
Antes da votação final, a administração da empresa tinha enviado uma comunicação aos trabalhadores a avisar que o plano de recuperação não seria aprovado.
“O tempo e as condições necessárias não se reuniram para se conseguir manter em dia todas as contribuições mensais para o Estado, desde 29 de maio de 2024, e os ordenados e subsídios de todos os colaboradores”, lê-se na mensagem, citada pelo Expresso.
“Estamos a analisar com os nossos consultores para decidir que medidas devem ser tomadas para a viabilização da empresa, que se mantém a operar normalmente. Disso daremos conta a todos, o mais depressa possível”, acrescenta o comunicado.
(Créditos da fotografia: site da Visão)