Relatório do Obercom sobre “oportunidades de inovação”

O Observatório da Comunicação (OberCom) lançou o relatório Futuros: Eixos de inovação para os media 2024/2025, que sugere que “a convergência de formatos de apresentação de conteúdo, com a chegada do meio online, deve ser cada vez mais vista como uma nova realidade da indústria dos media”.
O relatório sintetiza “as principais oportunidades de inovação” para os diferentes tipos de formato dos meios de comunicação:
No formato em texto, a análise do OberCom indica que “as newsletters têm no mercado português um elevado potencial para servir como veículo de awareness (sensibilização) para a marca e os seus produtos, mas não como produto em si”. As newsletters são dirigidas a públicos específicos, criam um maior envolvimento que pode ser explorado através de outros produtos como eventos ou podcasts.
Os canais do Whatsapp são vistos como “novas formas de disseminar informação” e, por isso, “devem ser explorados mais detalhadamente pelas marcas de notícias portuguesas como forma de aumentar o seu alcance”.
As aplicações são “um veículo para notificar as audiências, especialmente se o utilizador tiver a possibilidade de determinar quais as temáticas em que pretende ser notificado”.
A inteligência artificial enquanto assistente de leitura é também realçada e o OberCom considera que “a estrutura tradicional das notícias é algo que na sociedade actual já não ressoa junto dos consumidores”. Neste sentido, defende uma nova estruturação das notícias e o uso de uma linguagem mais acessível para atrair novos públicos, em especial o mais jovem.
Para os media que fazem uso do vídeo, o OberCom salienta a integração de elementos que promovam a interacção com a audiência (comentários, questões ao vivo ou votações). “Como forma de promover o consumo vídeo num formato mais interactivo, as marcas podem também integrar opções de consumo que envolvam mais do que um ecrã”.
A aposta em vídeos de curta duração em formato vertical, a partilha de conteúdos audiovisuais via livestream através das redes sociais e a colaboração com criadores de conteúdos digitais são outras sugestões presentes no relatório.
Quanto ao formato áudio, a captação de audiências e a facilidade de consumo são vistas como prioridades: “O podcasting é uma resposta directa à forte apetência dos utilizadores contemporâneos pelas estruturas de consumo on-demand, associadas à conveniência (possibilidade de consumo on-the go, durante migrações pendulares, exercício físico, trabalho, tarefas domésticas, etc.)”.
A análise do OberCom transmite ainda a ideia de que o áudio cria uma sensação de intimidade e confiança com as marcas, favorecendo a fidelização de audiências. A concluir, o relatório refere que o áudio, para além de ter custos de produção relativamente baixos, oferece diversas formas de monetização - venda de publicidade, patrocínios, subscrições com conteúdo exclusivo, merchandising e eventos -, fazendo uso das “elevadas taxas de retenção de audiências”.
(Créditos da imagem: Thomas Schmidt - Wikimedia Commons)