Reinventar o jornalismo para se adaptar à era digital avançada

Numa entrevista da jornalista Cristina García Rosales a Miguel Ortmaetxea Arroyo, o entrevistado critica a inadequada representação dos problemas fundamentais das sociedades actuais nos meios de comunicação de massa, especialmente aqueles direccionados a um público mais amplo.
Ortmaetxea atribui este problema à revolução digital, que devastou o modelo de negócios da imprensa, resultando em uma situação financeira precária para muitos meios de comunicação.
“Além disso, os meios de comunicação de massas, como a televisão, a rádio e outros, entraram num terrível "nevoeiro" a que alguns chamam "infodémica"”, afirma.
Ortmaetxea destaca que “as regras básicas do jornalismo de qualidade, que têm sido os pilares das sociedades democráticas, são sistematicamente violadas”.
“A informação dominante está repleta de notícias falsas e tendenciosas provenientes de trincheiras políticas cegamente partidárias. Muitas vezes, os principais meios de comunicação praticam um acompanhamento vazio da atualidade, copiando-se uns aos outros, navegando na mera superfície das notícias, sem aprofundar as causas, o contexto e as correntes subjacentes”, justifica.
O autor salvaguarda, porém, que há “um grande número de pequenas editoras, impressas e online, que trabalham arduamente para fornecer informações muito úteis em nichos de mercado em muitos países”.
E considera que os governos e as instituições democráticas devem “começar do zero, reinventar o jornalismo para a era digital avançada”. Destaca ainda três temas cruciais para os cidadãos: economia, política e tecnologia.
Ortmaetxea menciona, também, o desafio representado pela progressão exponencial do progresso tecnológico, com a convergência de várias tecnologias disruptivas e enfatiza a necessidade de compreender e lidar com esse cenário excepcional na história humana.
Ortmaetxea sugere fontes confiáveis, como "The Economist", "The New York Times", "The Washington Post", "The Guardian" e "Le Monde" para aceder a informações de qualidade e destaca a importância de navegar pela internet de maneira sistemática à procura de informações relevantes, mas alerta para o desafio de filtrar a vasta quantidade de conteúdo disponível.