Os jornalistas da BBC anunciaram uma segunda greve de 24 horas, a partir da meia-noite do próximo dia 5 de Maio, contestando os cortes nas rádios locais.

A paralisação dos membros do National Union of Journalists (Sindicato Nacional dos Jornalistas – NUJ ), coincidirá com a divulgação dos resultados das eleições locais.

O NUJ diz que a administração da emissora quer que as estações de rádio locais emitam programas a partir das 14h, durante a semana e aos fins de semana, baixando a sua programação, de mais de 100 horas, para 48 horas por semana, em todas as estações.

O plano resultará numa série de perdas de emprego, nomeadamente de jornalistas, afirma o NUJ, que acredita que a medida “matará as rádios locais”.

Em resposta, a BBC afirmou que planeava modernizar os serviços locais, mas que não haveria redução geral nos níveis de pessoal ou de financiamento local.

Esta será a segunda paralisação dos filiados do NUJ, após a greve no dia da aprovação do orçamento, a 15 de Março, que gerou um impacto significativo, segundo o sindicato.

“O vídeo não matou a rádio, nem o digital. Entendemos que os serviços digitais precisam ser aperfeiçoados, mas isso não deve prejudicar a rádio local, que está no centro das atribuições de serviço público da BBC”, afirma Paul Siegert, do NUJ.

“As pessoas querem notícias locais relevantes e acessíveis, e os filiados do NUJ estão preparados para se levantar e lutar por isso”, diz Siegert, e acrescenta: “quando a rádio local deixa de ser local, é o começo do fim e os chefes da BBC não têm o direito de destruir uma instituição que existe há mais de 50 anos”.

Sobre esta nova greve, um porta-voz da BBC afirmou, entretanto, que a emissora está desapontada com esta atitude. “Temos um plano para modernizar os serviços locais em toda a Inglaterra – incluindo ter mais e novos jornalistas, e um serviço online local mais forte”, garante.

“O nosso objectivo é ter um serviço local de TV, rádio e online, que agregue ainda mais valor às comunidades. Continuaremos a trabalhar com o sindicato e faremos todo o possível para minimizar o impacto nos colaboradores”, explica.