Mais de 30 empresas de comunicação social na Europa apresentaram queixa contra a Google por “comportamento anti-concorrencial” em matéria de publicidade online. Os queixosos pedem uma indemnização de 2,1 mil milhões de euros, avançou o Expresso.

O Grupo Impresa, de que faz parte o Expresso e a SIC Notícias, integra o conjunto de empresas, de 17 países, que avançaram com o processo.

As empresas consideram que a Google tem assumido uma posição dominante nos serviços “ad tech” (tecnologia de publicidade), que definem a selecção da publicidade em cada site e para cada utilizador.

“Se compararmos os leilões de anúncios com uma bolsa de valores, é como se a Google representasse vendedores e compradores, além de serem donos da própria bolsa, criando assim um conflito de interesses”, pode ler-se no comunicado emitido pelas empresas, citado pelo Expresso.

As empresas defendem que, se não houvesse um “abuso da Google pela sua posição dominante”, as empresas “teriam recebido receitas de publicidade significativamente mais altas” e teriam tido menos despesas com os serviços, explica o comunicado.

A Google já reagiu, dizendo que se irá opor ao processo. O porta-voz, citado pela Reuters, assegura que a tecnológica trabalha “de forma construtiva, com editores em toda a Europa” e que “este processo é especulativo e oportunista”.

No comunicado emitido pelas empresas de média, são apresentados precedentes que justificam o processo, incluindo a multa da autoridade da concorrência francesa à Google, em 2021; e as declarações da Comissão Europeia, em 2023, de objecção relativamente à postura da empresa.

Entre os queixosos, além da Impresa, estão os alemães da Axel Springer (donos do Die Welt, Bild, Politico e Business Insider), os espanhóis da Godó e da Prensa Ibérica, e o grupo suíço Ringier, que ainda recentemente passou a controlar o jornal desportivo A Bola, pode ler-se no Expresso.

(Créditos da fotografia: Pawel Czerwinski no Unsplash)