Por tempo indeterminado, os jornalistas da Associated Press (AP) estão impedidos de entrar na Sala Oval e no Air Force One, depois de a agência ter recusado utilizar o termo "Golfo da América" em vez de "Golfo do México". 

A medida foi justificada pela administração Trump como uma forma de aplicar a nova designação geográfica. Embora tenha sido alterada, oficialmente, pelo Presidente, a designação não foi reconhecida por outros países, incluindo o México, nem por diversas organizações internacionais. 

A porta-voz da agência, Lauren Easton, reagiu em comunicado: “As acções tomadas para restringir a cobertura da AP de eventos presidenciais por causa da maneira como nos referimos a uma localização geográfica prejudicam a liberdade de expressão, um pilar da democracia americana e um valor fundamental do povo americano". 

Outros meios de comunicação, como o The Washington Post e o The New York Times, já mostraram o seu apoio e solidariedade à AP e condenaram “os repetidos actos deste governo contra decisões editoriais com as quais discorda”. Ambos os jornais defenderam a importância do acesso da AP ao governo e criticaram qualquer medida que limite a liberdade de imprensa. 

“Violação flagrante da Primeira Emenda” 

Recentemente, um repórter da AP teve acesso negado a uma conferência de imprensa que juntou Donald Trump e o Primeiro-Ministro da Índia, Narendra Modi. A chefe de redacção da AP, Julie Pace, descreveu a medida como uma "violação flagrante da Primeira Emenda", que impede o Congresso de limitar a liberdade de imprensa.  

Apesar do acesso restrito à Sala Oval e ao Air Force One, Trump adiantou que os repórteres e fotógrafos da AP vão manter as suas credenciais no complexo da Casa Branca. 

(Créditos da imagem: site da Associated Press)