A DW, está actualmente bloqueada na Rússia, Turquia e Irão. Um utilizador da Internet nesses países deve agora ser capaz de aceder à DW se fizer o download da aplicação VPN da Proton.

O director de tecnologia da Proton VPN, Samuele Kaplun, escreveu no site da empresa que a DW abordou a empresa no ano passado "para ver se poderíamos ajudá-los a tornar suas reportagens independentes disponíveis em todo o mundo".

"A censura na Internet está a tornar-se comum, mas acreditamos que nossa parceria com a DW, que é a primeira desse tipo, é uma maneira eficaz de lutar contar isso", escreveu Kaplun.

Dado o trabalho da DW perante os bloqueios persistentes da Internet, a parceria é uma extensão natural do nosso trabalho, mesmo que não haja precedentes."

A Proton declarou que a sua VPN teve um aumento de cinco mil por cento nas inscrições provenientes do Irão após o surto das manifestações de Mahsa Amini e um aumento de nove mil por cento nas inscrições na Rússia após a invasão da Ucrânia.

Originalmente financiada por crowdfunding, a Proton diz que é "principalmente apoiada pela comunidade". Nem a DW nem a Proton divulgaram como os novos servidores estão ser financiados, mas a empresa de tecnologia disse que havia "conseguido desenvolver recursos novos contra a censura" para as redes "graças ao apoio da comunidade Proton".

Esses novos recursos, incluíram um protocolo que detecta e evita tentativas de bloquear conexões VPN e outro que oculta o facto de um utilizador estar a usar uma VPN.

A empresa oferece opções de VPN gratuitas e pagas: os novos servidores dedicados que permitem aos cibernautas aceder à DW estão disponíveis para todos os utilizadores.

Qualquer pessoa que deseje usar a VPN deve primeiro descarregar a aplicação Proton VPN no seu telefone ou computador. Uma vez instalado, é necessário seleccionar um servidor com o logotipo da DW nos EUA, Holanda ou Japão. Uma vez ligado, o dw.com e os seus sites afiliados devem ser navegáveis em locais onde seriam bloqueados.

A DW foi bloqueada pelas autoridades russas em Março do ano passado, logo após o país invadir a Ucrânia, juntamente com a BBC, Radio Free Europe e o site de notícias independente Meduza. Além de organizações de notícias, jornalistas específicos foram proibidos pelo governo russo, Huw Edwards, Robert Peston e Piers Morgan.

A BBC, 14 anos após a desactivação da sua transmissão por ondas curtas reactivou duas novas frequências de onda curta em Março do ano passado para transmitir para a Rússia e Ucrânia. Além disso, antes do conflito, a BBC já tinha criado versões de espelho da sua página web na deep web acessíveis através do navegador Tor. Entretanto, a emissora russa RT, financiada pelo estado, perdeu a sua licença de transmissão na Europa e no Reino Unido, mas o seu site ainda é acessível.