Novo relatório prevê a extinção dos jornais impressos em duas décadas

O processo seria gradual. Na década seguinte, deixariam de ser impressos nos países europeus que mais teriam resistido, como a Bulgária, e pouco depois do ano de 2040, já não seriam impressos comercialmente em nenhum país.
A Argentina seria um dos últimos países do mundo onde os jornais desapareceriam para sempre (2039). Para Espanha, a data anunciada é 2024, isto é, no próximo ano.
Embora seja verdade, que em 2017, Dawson rectificou e reconheceu que algumas datas tinham sido "demasiado agressivas" (por exemplo, nos Estados Unidos deveriam ter desaparecido em 2017 e no Reino Unido em 2019), a sua previsão foi alvo de incontáveis debates.
Agora, uma investigação recente em França, repete prognósticos de futurologia quanto ao eventual desaparecimento dos jornais em papel.
Segundo a 3ª edição do estudo anual da Comfluence para o Press Club de França, pouco mais de 60% dos jornalistas (29,2 concorda totalmente, 31,5% concorda bastante) estimam que dentro de 20 anos não haverá mais edições de jornais impressos em papel.
Apenas 26% dos jornalistas entrevistados acreditam que a sua profissão prevalecerá daqui a duas décadas. No ano passado, um em cada cinco jornalistas já acreditava que o jornalismo estava a perder audiência e a batalha e que o futuro seria muito cinzento.
No entanto, esse pessimismo não se traduz num sentimento semelhante quando se fala do próprio futuro como jornalista.
Da classe jornalística, 60%, declaram-se optimistas e vêem-se a trabalhar no meio e não pensam em deixar a profissão. Um sentimento positivo que até contrasta com o estado de espírito do ano passado, em que um em cada três jornalistas, estimava que as suas condições de trabalho se tornariam cada vez mais precárias e que isso os poderia afastar da carreira profissional.
Outra opinião partilhada pela maioria dos entrevistados (60%) é que a concentração dos media continuará a aumentar daqui a 20 anos.
Os jornalistas também foram questionados sobre se acreditavam que uma linha editorial mais aberta era necessária. A maioria dos entrevistados respondeu que sim, e que o foco deve ser colocado especialmente em cobrir mais questões ambientais.