Numa primeira fase do Atlas da Notícia, é lançado o desafio aos leitores do site do Observatório para identificar esses veículos de imprensa, sejam impressos ou digitais, e com periodicidade diária, semanal ou quinzenal.

O panorama que dai resultar permitirá compreender melhor de que forma a combinação da crise económica com a chamada revolução digital afecta o ofício de apurar e publicar notícias no interior do Brasil, país de desigualdades e injustiças históricas e de uma democracia ainda jovem.

Para o Observatório vale a pena reafirmar a ligação umbilical entre jornalismo e democracia.

Ao citar um artigo de Eugênio Bucci, publicado na edição 1.000 da revista Época, “a democracia não está aí desde sempre. Ao contrário, ela é uma invenção muito recente. Não tem mais de dois séculos. A democracia ainda está em construção, no Brasil e em todo o mundo. Para que ela permaneça, cresça e se difunda, nós dependemos do vigor da imprensa, dos jornalistas profissionais e das redações independentes.

Sem isso, uma sociedade não tem como vigiar os que a governam e muito menos os que conspiram contra ela. Só a imprensa vacina uma sociedade contra as mentiras do poder. Não é sem motivo que Trump, Putin e Erdogan precisam de disparar tantas ofensas contra os órgãos de imprensa que insistem em criticá-los.”

Os dinamizadores do Atlas da Notícia acreditam que este irá produzir informações úteis para jornalistas, empresários de media, pesquisadores académicos, financiadores e profissionais do terceiro sector, permitindo a geração de novas ideias e estratégias capazes de fortalecer a imprensa local e regional.

Finalmente, esta iniciativa inédita pretende, ainda, identificar casos de sucesso – os oásis da notícia – que encorajem e sirvam de modelos a serem replicados e de  inspiração à grande pequena imprensa.