A Associação dos Jornalistas de Macau considera que existe uma "grave deterioração" da liberdade de imprensa no território e apela para que as autoridades acabem com as “excessivas restrições” impostas aos profissionais dos media, noticia a RTP.

Os jornalistas estão preocupados com "vários casos recentes que revelam sinais de uma grave deterioração da liberdade de imprensa", indicou a Associação num comunicado divulgado na quinta-feira nas redes sociais.

"Um número crescente de actividades recentes promovidas por departamentos do Governo local impediu o direito a informar de uma série de media, através da utilização de um sistema de registo de presenças ou ao convidar apenas um grupo de meios seleccionados para os eventos que organizaram", referiu a Associação, lembrando que o acesso às fontes de informação é um direito consagrado na Lei de Imprensa de Macau.

A justificação do Governo, segundo o comunicado, é a “crescente procura por parte dos órgãos de comunicação social fora de Macau” e a impossibilidade de cobertura por todos os meios, devido aos “recursos e lugares limitados”.

Também a dificuldade em falar com elementos das autoridades tem sido criticada pelos profissionais de media em Macau, assim como o desempenho dos assessores de comunicação do Governo, que ou “não respondem, ou respondem pouco ou com atraso”.

Os jornalistas alertam, ainda, para “um crescente número de casos” em que foi pedido a meios de comunicação social que retirassem “peças devido a pressões políticas, incluindo um artigo de opinião” publicado durante a campanha de Sam Hou Fai, actual chefe do Executivo do território.

Segunda a Associação dos Jornalistas de Macau, estas práticas não têm “precedentes desde a transferência de soberania de Macau” para a China.

Macau é uma das regiões administrativas especiais da China desde 1999, quando deixou de estar sob a administração portuguesa.

(Créditos da fotografia: Paolobon140, CC BY-SA 4.0 via Wikimedia Commons)