Plano de actividades e orçamento da Lusa aprovado pelos accionistas

Fora da gestão corrente em que a Lusa vive desde o início do ano, o maior receio é "não conseguir realizar até ao final de 2016 os investimentos previstos", uma vez que a empresa está sujeita às regras e aos prazos da contratação pública.
Teresa Marques, especificou que "vamos iniciar um pedido de excepção para novos contratos e substituições, que vai exigir autorização de duas tutelas [ministérios da Cultura e das Finanças], mas estamos sujeitos a regras e prazos e nem todos os casos vão ser conciliáveis com os três meses que nos restam".
Segundo a gestora, além da luta contra o tempo, os próximos passos têm que ser dados com "cautela", uma vez que ainda não foi assinado o contrato de prestação de serviço com o Estado 2016-2018, onde fica definida a estratégia para a agência Lusa.
"Temos que ser cautelosos à espera da assinatura do contrato que nos dará garantia de continuidade aos projetos. Não vamos parar, mas temos que ser prudentes ao assumir compromissos", declarou .
Segundo a informação prestada à administração da Lusa pelo gabinete do ministro da Cultura, a proposta de Contrato de Prestação de Serviço Noticioso e Informativo de Interesse Público para o triénio em curso foi remetida para aprovação do ministro das Finanças, a 17 de Maio de 2016.
É o Contrato de Prestação de Serviço Noticioso e Informativo de Interesse Público que define o valor atribuído pelo Estado à Lusa (que foi de 12.876 mil euros em 2016), a título de compensação pela prestação de serviço público, bem como as obrigações da agência.
Em relação às valorizações remuneratórias pendentes, Teresa Marques adiantou que aguarda pelo Orçamento do Estado para 2017 para perceber se a lei que as impede será alterada e assim "colocar casos excepcionais" à consideração da tutela.
Teresa Marques explicou que o plano aprovado é o mesmo que foi levado à assembleia-geral de acionistas, de 29 de junho, que foi suspensa a pedido do Estado, que na altura disse não poder pronunciar-se por não ter sido possível assegurar o cumprimento de todos os formalismos associados ao processo de apreciação do Plano de Atividades e Orçamento para 2016.
O Estado Português é o principal accionista da Lusa, com 50,14% do capital, e o restante capital está dividido da seguinte forma: 23,26% do grupo Global Media; 22,35% do grupo Impresa; 2,72% da NP -- Notícias de Portugal; 1,38% do Público; 0,03% da RTP; 0,01% de O Primeiro de Janeiro, S.A., e 0,01% da Empresa do Diário do Minho, Lda.
Os resultados líquidos da Lusa em 2015 foram negativos em 7 mil euros, resultado que se compara com prejuízos de cerca de 800 mil euros em 2014.
Recorde-se que o Clube Português de Imprensa celebrou um protocolo com a Lusa, que continua em vigor.