Segundo o Expresso, “o tom entre a Google, a RTP e a Impresa (dona do Expresso) foi conciliador durante quase todo o debate”, mas um dos (poucos) pontos da discórdia passou pela partilha de receitas entre as plataformas digitais, como o Google e o Facebook, e os produtores de conteúdos, nomeadamente os produzidos por jornais, televisões e rádios.

Antes do debate, Francisco Azevedo e Silva, vogal do Conselho Regulador da ERC  - Entidade Reguladora para a Comunicação Social considerou que o sector está em "estado de alerta", criticando a ausência de políticas específicas para o mesmo. O membro da ERC citou como exemplo França, onde foram criadas políticas fiscais para incentivar os media.

“Falar do Estado da Nação dos Media, com a crise no sector, leva-nos de imediato a um estado de alerta. Foi com tristeza que assisti aos desfechos de alguns projectos que todos pensávamos vencedores, que nos habituámos a ver a ultrapassar crises” - sublinhou. 

Um dos temas onde as opiniões divergiram foi o da Contribuição para o Audiovisual (CAV). Gonçalo Reis (RTP) defendeu que esta devia ser actualizada de acordo com a inflação. Já Francisco Pedro Balsemão mostrou-se absolutamente contrário a uma subida. 

“Seria uma sobrecarga para os contribuintes. Um aumento da carga fiscal agravaria a situação de concorrência desleal por parte da RTP” - defendeu. Gonçalo Reis rejeitou as críticas:

“A RTP não só não faz concorrência como não é desleal. Temos uma oferta que é muito distinta em muitos aspectos das outras estações” - sustentou. 

Por sua vez, Bernardo Correia rejeitou a ideia de que a Google não queira partilhar receitas com os produtores de conteúdos:

“O nosso modelo é advertising-funded [financiado pelas receitas de publicidade]. No Youtube damos mais de metade das receitas de publicidade aos produtores”, diz, acrescentando que a tecnológica quer “dar mais controlo aos produtores de conteúdos” no Youtube.

“No Google News não há anúncios, por isso não partilhamos receitas de publicidade.” 

Como resposta, o líder da Impresa acusa a Google de ser má pagadora: 

“Em relação ao Youtube, o revenue-share [partilha de receitas] é muito baixo. Já falámos sobre isso. E para os youtubers também: trabalham muito e recebem pouco.”

 

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