Hemeroteca evoca centenário da Batalha de La Lys

É na condição de Comandante do Exército que, neste livro, editado no Porto em Fevereiro de 1920 pela Renascença Portuguesa, o General Gomes da Costa apresenta a sua versão da Batalha de La Lys, em 9 de Abril de 1918, em jeito de relatório que permanece, hoje, como incontornável, pormenorizada e documentada versão dos acontecimentos.
“Uma versão não isenta, já que tem objectivos claros de auto-justificação: ‘Seja-me relevado insistir na transcrição destes documentos, mas assim o julgo indispensável para que todos possam ficar com a certeza de que o desaire de 9 de Abril estava previsto pelo Comandante da Divisão havia muito, e que fiz todos os esforços para o evitar’.”
“Após breves capítulos iniciais em que descreve a organização do C.E.P. e os seus dispositivos, enuncia os episódios prévios à Batalha, se detém sobre o estado moral e material das tropas, e faz uma colorida descrição da ‘vida nas trincheiras’, é no relato da Batalha de 9 de Abril, feita minuto a minuto, e no apêndice documental com que termina o volume, que que se concentra o principal esforço do autor.” (...)
O livro de Vasco de Carvalho, intitulado “A 2ª Divisão Portuguesa na Batalha do Lys”, editado em 1924, não tem, nas próprias palavras do autor, “a pretenção de ser a história definitiva da nossa participação na batalha de La Lys”, antes pretende “apenas fixar factos, documentos e testemunhos”.
É complementado com um extenso prefácio do General Fernando Tamagnini, que atesta a relevância da obra de Vasco de Carvalho, “onde o leitor vae encontrar uma descripção minuciosa do ataque de 9 de Abril, a narrativa circunstanciada da acção das unidades das diferentes armas que constituiam a nossa divisão, e um estudo analytico da situação durante os dias que precederam o ataque. Pelo menos, que eu conheça, que há publicada descripção mais completa e verdadeira e que deve merecer todo o crédito, pois o seu auctor foi testemunha presencial do ataque, fazendo parte do Estado Maior da Divisão Portugueza.” (...)
É mais um discurso na primeira pessoa, aquele que é feito por Costa Dias no livro “Flandres: notas e impressões”, editado em 1920. Não tendo participado nos combates, considera ainda assim ser possuidor de um testemunho pelo “pouco que vi e muito que senti na jornada da Flandres”:
“Seja permitido agora exteriorizarem as suas impressões aqueles que, pela natureza dos seus cargos, menos arriscados e portanto menos brilhantes, não combateram na trincheira, mas que dentro do âmbito das suas funções, com a sua fé e com o seu esforço à Pátria deram o que lhes era pedido dar”.(...)
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