Do mesmo texto citamos: 

“O jornal que foi de António Paulouro foi essa pequena pátria de palavras em louvor do homem e da terra, numa fidelidade jamais traída, que se foi tornando elemento vivo de convergência de identidades e de coesão social, bandeira de desenvolvimento e de esperança, voz clamando justiça contra direitos postergados.” 

“Esse jornal foi ao fundo da mina e esteve com os mineiros na luta contra a silicose e em todas as batalhas inerentes à condição humana; denunciou o escândalo do bócio; viajou ‘a salto’ na aventura de pobre que é a emigração; lutou por cantinas escolares e hospitais; exigiu estradas e caminho de ferro contra o isolamento secular; bateu-se pelo regadio e pela agricultura; disse que sem cultura não há desenvolvimento; implicou a solidariedade na luta contra a pobreza; ensinou que o interesse público é o coração do jornalismo; fez da promessa de um túnel uma campanha que pôs o país a rir; deu voz a quem não a tinha.” (...) 

“O jornal que foi de António Paulouro foi tudo isso e muito mais: um desígnio que cumpriu com honra, tendo a seu lado um universo fabuloso de colaboradores, jornalistas, escritores, artistas, vultos maiores da cultura portuguesa e leitores solidários e exigentes. A sua história está, em certa medida, contida nas palavras escritas ou sonhadas.” (...) 

Recorde-se que, em 25 de Abril de 2017, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, felicitou o jornalista e escritor Fernando Paulouro, vencedor do Prémio Eduardo Lourenço, evocando também o facto de ter dirigido a publicação “que durante décadas se destacou pelo combate cívico e pela atenção dada à literatura”. 

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