… E profissionais dos “media” ainda presos no Myanmar

Em meados de Outubro, o governo militar do Myanmar libertou mais de cinco mil prisioneiros, incluindo 15 jornalistas. Ainda assim, 20 profissionais dos "media" continuam na prisão. “A manutenção de 20 jornalistas ‘atrás das barras’, mesmo após a libertação de 15 outros profissionais, estabelece-se como uma tentativa cínica do Myanmar para aliviar a tensão internacional contra as suas medidas repressivas”, denunciou Shaw Crispin, do Comité para a Protecção dos Jornalistas (CPJ). “Estas medidas parciais não são suficientes. A junta militar do Myanmar deve libertar todos os jornalistas, já que estes profissionais foram presos injustamente”, concluiu Crispin. Em Julho, recorde-se, o CPJ publicou um relatório sobre a situação do Myanmar, documentando a prisão de, pelo menos, 32 jornalistas, desde o dia do golpe de Estado militar (2 de Fevereiro). A maioria destas detenções, explicou o CPJ, foram feitas ao abrigo do artigo 505(a) do novo código penal, que veio estabelecer medidas provisórias, e que prevê a detenção de todos os que “disseminarem notícias falsas”. Além disso, recorde-se, após o golpe de Estado, a maioria dos jornalistas deixou de ter acesso livre à internet e começou a recorrer a dispositivos USB para partilhar informações entre si.