Faleceu o jornalista Paulouro Neves, uma vida no “Jornal do Fundão”
O escritor e jornalista Fernando Paulouro Neves, antigo director do Jornal do Fundão, faleceu aos 78 anos, um dia após a apresentação do seu último livro, As Sombras do Combatente, na Biblioteca Eugénio de Andrade, no Fundão.
Dedicou praticamente toda a sua vida profissional ao Jornal do Fundão, onde exerceu as funções de jornalista, chefe de redacção e director.
A Câmara Municipal do Fundão decretou dois dias de luto municipal em sua homenagem, destacando o seu papel como “cidadão com forte empenho profissional, cívico, político, cultural e social”. O município anunciou ainda que o auditório da Biblioteca Eugénio de Andrade passará a ostentar o nome de Fernando Paulouro Neves.
A editora Guerra e Paz, que se tornara a sua casa editorial desde 2024, expressou “imensa tristeza” pela perda, recordando o autor como alguém que “sempre privilegiou a cultura, a leitura e o livro”, apresentando condolências à sua esposa, Eugénia.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, lamentou também a morte do jornalista e escritor, evocando “uma vida de entrega” ao Jornal do Fundão e um percurso literário notável. Na nota de pesar divulgada pela Presidência, Marcelo recordou igualmente o trabalho de Paulouro Neves à frente do Teatro das Beiras, onde foi distinguido, e a sua participação em várias estruturas do Sindicato dos Jornalistas e da Comissão da Carteira Profissional de Jornalista.
Nascido em 1947, Fernando Paulouro Neves foi uma das personalidades mais influentes da imprensa regional portuguesa, tendo recebido numerosas distinções ao longo da carreira, como o Prémio Gazeta de Mérito do Clube dos Jornalistas, o Prémio Eduardo Lourenço do Centro de Estudos Ibéricos e a Medalha de Ouro da Cidade do Fundão (2013). Era também sócio de honra da Sociedade Ibero-Americana de Antropologia Aplicada. No próximo ano, estava previsto que presidisse à Comissão de Honra das comemorações dos 80 anos do Jornal do Fundão.
(Créditos da imagem: Rádio Clube da Covilhã)