Como vai a Imprensa portuguesa?
A entrada em cena do digital na área da informação, há quase três décadas alterou por completo os hábitos de leitura, de compra de publicações e o seu modelo de negócio. Entre nós a melhor forma de aferirmos o que se passa é através dos dados recolhidos pela Associação Portuguesa de Controlo de Tiragens (APCT) sobre as publicações que se dispõem a ser efectivamente auditadas.
Segundo a APCT, no final do segundo trimestre deste ano, o jornal que vendeu maior número de exemplares em papel foi o Correio da Manhã, com 38 653 exemplares diários, seguido pelo Expresso com 36 878 exemplares semanais, o Jornal de Notícias com 17 721 exemplares diários, a revista Sábado com 15 478 exemplares semanais, o Record com 13 582 exemplares diários, o Público com 10 058 exemplares diários, o Jogo com 6319 exemplares diários e o Diário de Notícias com 1124.
Na imprensa económica o líder é o Jornal de Negócios com 1656 exemplares diários vendidos e nos regionais o líder é o Diário de Coimbra, com 6017 exemplares vendidos. Passemos agora à circulação digital — o número de assinaturas válidas. Aí o Público vai à frente com 52 656 assinaturas, seguido do Expresso com 48 719 assinaturas.
Depois vem o Observador, que não é auditado pela APCT mas reivindica cerca de 30 mil, o Jornal de Negócios com 5466 assinaturas digitais, a Sábado com 5049 , o Record com 4466, o Jornal de Notícias com 4073, o Correio da Manhã com 2680 e o Diário de Notícias com 1175.
Deixo aqui alguns números comparativos, para que possam ter uma ideia da importância da dimensão na economia dos media e, infelizmente, da pequenez do nosso mercado: o New York Times tem quase 300 mil exemplares em papel e cerca de 10 milhões de assinantes digitais em todo o mundo. O Guardian tem 104 mil exemplares em papel e 1,4 milhões de assinantes digitais. E em Espanha, aqui ao lado, o El País tem uma média diária de 56 mil exemplares em circulação e 300 mil assinantes digitais.
(texto publicado originalmente no Jornal de Negócios)